Polícia

Jovem é presa tentando contrabandear armas da Venezuela

Junto ao fluxo de venezuelanos para Roraima, facção traz armamentos do país vizinho para o Brasil

A Polícia Federal prendeu uma jovem, de 23 anos, que tentava embarcar em um ônibus para Manaus, transportando cerca de seis armas traficadas. A jovem escondeu as armas com fita durex no corpo.

A polícia já vinha investigando a suspeita, que acusou a presença de material em seu corpo. Ela ainda está prestando depoimento à polícia, confirmando qual era o destino final das armas.

Ela foi presa e deverá ser indiciada por tráfico internacional de armas, que a pena varia entre 5 a 15 anos. Em seguida, ela será encaminhada ao sistema prisional do Estado, onde permanecerá até a decisão judicial.

Fronteira – A fronteira de 1.403 quilômetros que separa o Norte de Roraima da Venezuela — por onde passam os venezuelanos — tornou-se, nos últimos meses, alvo de negociações que ligam a maior organização criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), a traficantes venezuelanos de armas e drogas.

Documentos de investigações sigilosas conduzidas pela Polícia Civil do estado e transcrições de interceptações telefônicas entre presidiários de São Paulo e de Roraima mostram, pela primeira vez, que a fronteira venezuelana tornou-se uma rota de negociação de armamentos pesados para o tráfico de drogas, o que já foi denunciado pelo jornal Folha.

Em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil de Roraima captou conversa entre um integrante do PCC em São Paulo e outro de Roraima na qual os dois negociam a compra de pistolas e armas de grosso calibre, além de levantar os preços dos rifles AK-47 e AR-15.

As apreensões de armas no estado passaram de 14, em 2015, para 32, em 2017. A moeda de troca dos negócios criminosos são carros roubados no mercado brasileiro. Os modelos que mais agradariam aos venezuelanos são modelos como Toyota Corolla e Toyota Hilux.

O PCC vem crescendo em Roraima nos últimos anos. A atuação do grupo criminoso começou a ser constatada na região a partir de 2012. No ano seguinte, eram cerca de 50 integrantes. Hoje, o número de pessoas ligadas à facção chega a 1,3 mil. Só na capital Boa Vista, cidade de 332 mil habitantes, a suspeita é de que a organização criminosa opere mais de 50 pontos de droga e, principalmente, as rotas para a Venezuela.