Política

Jornalista alerta a população quanto à propagação de notícias falsas em ano eleitoral

Para a jornalista Cyneida Correia, a propagação de Fake News só pode ser evitada com uma conscientização da população e dos órgãos de fiscalização

As notícias falsas, conhecidas popularmente pelo termo em inglês ‘Fake News’, tomaram conta das redes sociais nos últimos tempos. Em ano eleitoral, a ferramenta vem sendo muito utilizada por políticos para denegrir a imagem de seus adversários. Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, a jornalista Cyneida Correia afirmou que para combater a propagação deste tipo de material, as pessoas devem checar veículos de imprensa oficiais, como jornais e portais de notícia, antes de compartilhar.

As Fake News consistem na distribuição deliberada de desinformação ou boatos em mídias sociais ou em qualquer outra forma de propagação. A jornalista destacou que hoje em dia é muito comum o compartilhamento de notícias falsas em redes sociais, principalmente nas mais utilizadas pelo público como o WhatsApp e o Facebook.

“Podemos resumir basicamente como fofoca. A pessoa não sabe o que realmente está acontecendo, mas compartilha a imagem, o áudio e o texto sem saber se são verídicos. Até que se prove que aquilo é falso, é tarde demais e os danos provavelmente irreversíveis. É desta maneira que hoje em dia se mancha a reputação de uma pessoa, que se denigre a imagem de alguém”, disse.

Uma das principais preocupações em relação às Fake News é o alcance que elas têm. Se uma pessoa com 200 ‘amigos’ em um perfil de rede social publicar algo do tipo, o alcance é bem maior do que somente aqueles que estão em seu círculo. “Aqueles amigos podem dar continuidade ao boato compartilhando nos perfis deles, chegando a um número de pessoas bem maior”, explicou Cyneida.

Ela frisou que o grande problema é que as pessoas não checam as informações antes de passar adiante. “Se você vê uma notícia com informações exageradas, dados estranhos, a recomendação é acessar veículos de imprensa oficial e verificar se aquela informação está sendo divulgada lá. Se não estiver, as chances de ser Fake News são grandes”, pontuou.

ELEIÇÕES – Quanto ao uso de Fake News durante o processo eleitoral, a jornalista adiantou que as eleições deste ano devem entrar para a história como as eleições das Fake News. “Informações falsas relacionadas à política já começaram a ser propagadas. Um exemplo disso é a senadora Ângela Portela que recorreu na justiça para que um determinado veículo parasse de vincular o nome dela a boatos”, disse.

Cyneida afirmou ainda que as Fake News podem mudar os rumos de uma eleição e citou as eleições presidenciais dos Estados Unidos como exemplo. “O atual presidente dos EUA, Donald Trump, utilizou este recurso para denegrir a imagem de sua opositora, a senadora Hilary Clinton. Ela estava indo muito bem nas pesquisas, era apontada como vencedora com uma folga no percentual, quando nas vésperas do processo eleitoral começaram a divulgar boatos que mudaram completamente os rumos da eleição”, exemplificou.

FISCALIZAÇÃO – Para evitar que as Fake News se propaguem durante as eleições, a jornalista afirmou que os órgãos de fiscalização, como o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), devem fazer uma fiscalização mais rigorosa. “Isso é algo muito novo e nem a justiça está preparada para lidar com toda essa problemática. Então cabe ao cidadão, que tem capacidade de diferenciar Fake News de notícias verdadeiras, denunciar e não votar nestes candidatos que utilizam deste artifício para conseguir votos. O eleitor não é burro e sabe quem são esses políticos que compartilham mentiras”, declarou.