Polícia

Investigação aponta envolvimento de servidores da Sefaz e Suframa

De acordo com a Polícia Federal, a organização se beneficiou da utilização de empresas de fachadas com sede na Zona Franca de Manaus e Área de Livre Comércio de Boa Vista

Publicada às 8h07; Atualizada às 12h36

Desencadeada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 10, a Operação Capilé, da Polícia Federal (PF), aponta envolvimento de servidores públicos da Sefaz e Suframa do estado do Amazonas. A informação foi confirmada pelo órgão agora a pouco.

Na capital, as primeiras ações ocorreram em uma residência no bairro Jardim Trocipal, na zona Oeste, e em estabelecimentos comerciais localizados nas avenidas Cecília Brasil e Benjamim Constant, região conhecida como “Rua do Ouro”.

De acordo com a PF, o modus operandi inicial dos crimes investigados consistia na coleta de moeda estrangeira na fronteira do Brasil com a Venezuela e Guiana, com guarda da moeda na residência do chefe da organização em Boa Vista.

Diante disso, os envolvidos retiravam o dinheiro em Boa Vista, em duas a três viagens por semana, transportando de R$ 100 mil a R$ 200 mil por viagem, e levavam o dinheiro para Brasília e São Paulo, onde eram entregues em casa de câmbio e os valores gerenciados pelo chefe da organização criminosa.

No curso da investigação foi desvendada prática de crimes fiscais na Zona Franca de Manaus e Área de Livre Comércio em Boa Vista, mediante aquisição de empresas de fachada por R$ 5 mil a R$ 10 mil com sede na ZFM e na ALC, com envolvimento de contadores e sócios laranjas.

“Com os benefícios fiscais a partir das empresas de fachada, os investigados adquirem ilicitamente mercadorias com incentivo fiscal empresa distribuidora, situada em Goiânia (GO). Tais mercadorias de fato não são remetidas à área com benefício fiscal, sendo destinadas a outros estados da federação, com aproveitamento criminoso de benefício fiscal e envolvendo pagamento de propina a servidores públicos da Sefaz e Suframa de Manaus e Boa Vista para possibilitar as práticas criminosas”, informou a PF, em nota.

MANDADOS – Ao todo, segundo a PF, estão sendo cumpridos 29 Mandados de Busca e Apreensão, 08 Mandados de Prisão Preventiva e 03 Mandados de afastamento de servidores públicos do cargo. Os pedidos foram deferidos pela Justiça Federal roraimense após representação em Inquérito Policial instaurado em novembro de 2016.

Além de crime fiscal, os investigados podem ser processados por prática de corrupção, operação de câmbio ilegal, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As apurações ainda estão em curso. O órgão deverá dar maiores detalhes da operação em coletiva de imprensa prevista para ocorrer às 10h30. Novas informações a qualquer momento na FolhaWeb.