Cotidiano

Importação caiu no primeiro semestre

Roraima registrou uma queda de 17,5% nas importações no primeiro semestre de 2018 em comparação com o ano passado, conforme dados do Terminal de Logística de Cargas (Teca) do Aeroporto Internacional de Boa Vista. Neste período, a comercialização de centrais de ar condicionado continuou em alta.

De acordo com a Infraero, entre janeiro e junho deste ano foram contabilizadas 955,5 toneladas movimentadas, sendo 947,8 toneladas de importações e 7,7 toneladas de exportações. Em 2017, no entanto, foram 1.149,2 toneladas importadas nos seis primeiros meses. 

MAIS VENDIDOS – Neste período, destacam-se as centrais de ar-condicionado, computadores e produtos de informática, eletroeletrônicos, peças de reposição de motos, embalagens plásticas e cubas de ovos como os produtos mais movimentados pelo Teca.

Segundo o economista Fábio Martinez, houve uma mudança na lista dos materiais mais vendidos. Ele afirma que, na época do advento da Área de Livre Comércio (ALC) no Estado, ocorreu o aumento das importações de produtos de informática. Depois de um tempo, mais recentemente, surgiu o crescimento da venda das centrais de ar condicionado. 

Um dos motivos, segundo o especialista, são as características climáticas da região norte. “Aqui é um lugar quente, então, temos uma venda boa, é um tipo de mercadoria que vende fácil em Roraima. Por isso temos um volume significativo”, explicou.

Outro ponto foi a negociação de empresas estaduais com fornecedores de países asiáticos. “Algumas empresas daqui foram na China, começaram a comprar centrais de ar para trazer para cá, colocando o preço mais baixo e competitivo na praça. Isso fez com que as importações aumentassem muito. É por conta disso que a gente tem esse volume tão alto de centrais de ar”, informou Martinez.

ALTA DO DÓLAR – Para o economista, a alta do dólar influenciou tanto na redução do número de importações como nos índices dos produtos mais vendidos. A variação acentuada da moeda americana fez com que diminuísse a importação de materiais de informática, que já foram o carro chefe das importações.

O economista cita, por exemplo, que o dólar se encontra atualmente na faixa de R$ 3,80. Já em junho do ano passado, a variação da moeda fechou balanço em volta de R$ 3,33.“Hoje a gente tem o dólar mais alto o que acaba inviabilizando a importação. Ao invés de comprar os produtos de fora, dos Estados Unidos, é melhor comprar do Brasil mesmo, seja do Amazonas ou São Paulo. O preço fica melhor do que importando e possivelmente por isso teve essa queda de importações com relação ao primeiro semestre do ano passado”, completou Martinez.

TECA –Pelo Terminal de Logística de Carga do Aeroporto de Boa Vista circulam cargas oriundas principalmente da Venezuela via modal rodoviário e da cidade de Manaus, transportadas via marítima de países como China, Estados Unidos e Panamá.

O tipo de carga recebida no terminal possibilita o abastecimento de todo o estado de Roraima com matérias primas, produtos domésticos, eletroeletrônicos, materiais de construção. Para auxiliar nos transportes, o Teca dispõe de empilhadeiras, transpaleteiras, carrinhos hidráulicos, além de outros equipamentos de infraestrutura. (P.C.)