Polícia

Idoso é morto à terçadada e tem orelhas cortadas

Pelas características do crime, vítima não teve chance de defesa; corpo quase foi queimado pelo fogo

Por volta das 17h30 de ontem, dia 27, a reportagem da Folha recebeu uma denúncia anônima de que um corpo teria sido encontrado na região de Olarias do Jardim das Copaíbas, que fica às margens do Rio Branco, na zona sul de Boa Vista. O denunciante disse que não gostaria de ser identificado e que por isso não acionou a Polícia Militar. Ele também manifestou preocupação com o fogo que se aproximava do corpo. Diante dos fatos, a reportagem da Folha acionou tanto a Polícia Militar quanto o Corpo de Bombeiros.

Quando o veículo da Folha chegou ao endereço indicado na denúncia, não encontrou qualquer indício de corpo, no entanto, a testemunha revelou que o cadáver estava nas proximidades de uma cerca e que o fogo estava se aproximando e poderia queimá-lo. Fazendo buscas no local, a equipe de reportagem encontrou o corpo de um idoso, de aproximadamente 65 anos, sem as orelhas e com um corte profundo na cabeça.

A vítima foi identificada por alguns populares que trabalham nas imediações como “Luiz”. Quando sofreu o crime, o homem estava trajando uma calça camuflada, como as do Exército, uma camisa social de manga curta, uma bota longa de borracha e, ao lado do corpo, havia um martelo. Suspeita-se que ele estava pregando o arame farpado na cerca que dividia seu terreno do terreno vizinho no exato momento em que foi atacado pelo criminoso. Pelas características, o idoso não teve chances de defesa e morreu no local, depois de receber os golpes de terçado e ficar sem as duas orelhas.

As viaturas da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Perícia e da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) também chegaram ao local do fato e iniciaram os trabalhos legais. A reportagem também explicou à guarnição da PM que uma motocicleta modelo Yamaha/YBR, placa NAL-8343, que pertencia à vítima estava numa baixada, em direção ao rio. Os policiais confirmaram que o veículo não tinha restrição de roubo e furto e os populares revelaram que a moto era usada pela vítima durante as atividades que realizava no terreno. Diante do achado do veículo, as chances de o crime ser um latrocínio foram minimizadas pela Polícia.

Nenhum documento foi encontrado nos bolsos da vítima. A equipe do rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção do corpo ao fim dos trabalhos da perícia. A moto foi levada para o 5o DP e ficará sob a responsabilidade da autoridade policial. Os militares não conseguiram encontrar qualquer familiar da vítima.

O corpo passará por exame cadavérico nesta quarta-feira, dia 28, e será liberado em seguida. As investigações serão feitas pela DGH, mas até o presente momento nenhum suspeito do homicídio foi apontado ou preso. (J.B)

Equipe da Folha impede que corpo de idoso seja queimado

Após receber uma denúncia anônima de que o corpo de um idoso teria sido encontrado, a equipe de reportagem da Folha chegou à região de Olarias do Jardim das Copaíbas ainda no fim da tarde de ontem, dia 27, pouco antes de a primeira viatura da Polícia Militar chegar ao local.

Assim que a equipe chegou ao local, passou a procurar o corpo e o encontrou próximo a uma cerca, já rodeado pelo fogo. Fazendo uso de um remo e galhos de árvore, a equipe, formada pelo repórter, a fotógrafa e o motorista, tentaram abafar as chamas que se aproximavam. Os três iniciaram uma verdadeira força-tarefa para não deixar que o corpo fosse queimado. Pelo menos seis baldes cheios d’água foram jogados nas proximidades do cadáver, no entanto, havia sempre a preocupação de não violar o corpo e nem a cena do suposto homicídio.

Enquanto se deslocava ao local dos fatos, a equipe também acionou a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros. Apesar de não terem chegado ao incêndio em um veículo de combate às chamas, os bombeiros conseguiram controlar o fogo por meio de um procedimento mais simples.

Com a responsabilidade de ser um jornal que zela pela vida e pela dignidade humana, a equipe da Folha se prontificou a impedir que o trabalho de policiais, peritos e agentes do Instituto de Medicina Legal (IML) fosse comprometido e as provas extinguidas. Todavia, a principal preocupação era com a possibilidade de a família da vítima não ter condições de dar a ela um funeral e um sepultamento dignos. (J.B)