Polícia

Homem é executado a tiro em acerto de conta com o tráfico

Moradores vizinhos ao local onde ocorreu o crime afirmam que lá funciona uma boca de fumo, no bairro Senador Hélio Campos

Não pagou, morreu. Esta é a lei imposta por traficantes. A cobrança de uma dívida de droga em uma boca de fumo, anteontem à noite, na rua N-23 do bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste, terminou em sangue. José Weliton dos Santos, de 36 anos, foi executado a tiros dentro do quarto de uma casa onde, segundo a vizinhança, funcionaria um ponto de venda e consumo de entorpecentes.

Após o crime, vizinhos acionaram a Polícia Militar, que isolou a área até a chegada dos técnicos do Instituto de Criminalística. O corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi necropsiado. Agentes do setor de Operações da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) caíram em campo. 
Ontem pela manhã, a equipe de reportagem da Folha foi ao local do crime. Duas pessoas estavam no quintal da casa. Um jovem, que não quis se identificar, apenas confirmou a execução, mas se restringiu a falar. “Não sei de nada, não vi nada”. Uma mulher aparentando ter 30 anos também saiu detrás da casa e falou a mesma coisa: “Não vi nada, não sei de nada. Só sei que ele morreu aí nesse quarto”, apontou a mulher na direção da casa.
O casal estava visivelmente sob efeito de droga. Detrás da casa de onde o casal saiu, exalava uma fumaça com forte odor de droga. Nos fundos do imóvel, outra mulher dormia em uma rede. Os dois informaram que ela seria a inquilina. Ela não acordou para confirmar ou não.
Um morador da rua N-23, que preferiu não se identificar, temendo represália, informou à Folha que a casa está alugada para uma suposta vendedora de droga. O local, segundo o denunciante, serve como ponto de venda de droga e de consumo. “É comum ver viciado entrando e saindo desta casa. Eles usam drogas nos quartos e até no quintal. A polícia já veio aí várias vezes, mas os viciados e traficantes sempre voltam. Sabia que um dia isso ia acontecer”, comentou.
A delegada Mirian Di Manso, da DGH, adiantou ontem, por telefone, que quatro pessoas já foram intimadas para prestar depoimento e que ainda esta semana será formulado o inquérito policial sobre o caso. “Não descartamos a possibilidade de mais um acerto de contas motivado pelo tráfico de droga. Já estamos em campo e o quanto antes o autor do homicídio será preso”. (AJ)