Cotidiano

Governo descarta reajuste salarial para os servidores públicos este ano

Secretário afirma que proposta de reajuste salarial só será estudada quando houver crescimento de transferências federais, como o FPE

Questionado sobre a cobrança feita pelos sindicatos dos servidores públicos sobre o aumento salarial, o secretário extraordinário do Gabinete Institucional (Segabi), Frederico Linhares, informou que, no cenário econômico enfrentado pelo país, para 2017 não existe uma previsão de reajuste salarial. “Infelizmente, esse reajuste gera um impacto bastante significativo nos cofres estaduais, por isso nós não podemos falar de uma previsão”, disse.

Segundo ele, o governo tem implantado, desde o ano passado, todos os direitos previstos no plano de carreira dos servidores e que um planejamento está sendo feito pela equipe econômica para analisar os números, especialmente os de transferência federal.

“O Governo Federal há muitos anos não concede reajuste. É evidente que essa é uma prioridade para o nosso governo, só que precisamos ser responsáveis, especialmente quando percebemos que as transferências federais não estão atingindo os patamares que aguardávamos. E o Governo Federal ainda está passando por uma crise profunda e isso afeta muito o Estado”, justificou.

Segundo ele, é necessário que cresça o volume das transferências, especialmente o do Fundo de Participação dos Estados (FPE), para que ocorram possíveis reajustes. “O FPE é a principal base de renda do Governo do Estado. Assim que isso acontecer e tivermos confiança que há um crescimento mais sólido, serão feitos estudos necessários para fazer os reajustes no momento ideal”. (E.M)

 DATA-BASE 

Sindicatos fazem manifestação para cobrar reajuste do Governo do Estado

Diante do não cumprimento do Governo do Estado em relação ao pagamento do reajuste da data-base de 2016 e 2017, sindicalistas realizaram, na manhã desta terça-feira, 31, uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Estado (ALE), no Centro Cívico. Esta é a segunda mobilização que os sindicalistas realizam em menos de uma semana. A primeira foi realizada no sábado, 28, durante a festa de comemoração do Dia do Servidor Público, realizada no Parque Anauá, conforme divulgado pela Folha.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, destacou o não cumprimento da data-base de 2017 como a principal reivindicação, tendo em vista que em maio deste ano a governadora Suely Campos (PP) informou aos sindicalistas que o reajuste seria efetivado em outubro, com retroativo a maio. No entanto, o sindicalista não recebeu nenhum posicionamento do Estado até o momento.

Conforme explicou, os servidores não podem perder as conquistas que já alcançaram nos últimos anos, apesar de o salário ter melhorado e do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) de diversos órgãos já se encontrarem em processo de negociação. “A data-base 2016 foi esquecida, estamos lembrando e também queremos receber. A manifestação é para mostrar ao governo que nós estamos atentos”, disse.

Figueira reforçou que o salário do servidor público tem sido corroído pela inflação e que o servidor está sendo prejudicado em relação ao poder de compra. Segundo ele, a inflação de 2015, que deveria ter sido aplicada na data-base de 2016 deu mais de 10%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este ano, a inflação de 6,29% prevista em 2016 também não aconteceu.

Conforme o sindicalista, permitir que a data-base não seja cumprida vai resultar aos servidores uma situação semelhante à situação de anos atrás, quando os aprovados em concurso iniciavam a carreira ganhando um salário mínimo, ou mais, e depois passavam a receber menos de um salário mínimo em razão das reposições abaixo do índice inflacionário. “Estamos na luta para que os servidores tenham os salários reajustados e não percam o seu poder de compra”, frisou.

O presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado de Roraima (Sintag), Claudionei Simon, destacou que, em anos anteriores, os servidores recebiam um reajuste de 4,5% que, apesar de não condizer com a inflação, era repassado aos trabalhadores. Ele reforçou que a manifestação é uma prova da indignação sindicalista junto ao governo por não cumprir a data-base, na qual a categoria expõe o posicionamento em relação às medidas tomadas pelo Executivo.

Para os próximos dias, os sindicalistas informaram que será marcada uma assembleia geral com os servidores para saber o que a categoria fará daqui para frente. No início do mês, Figueira disse que os trabalhadores definiram as duas manifestações que foram realizadas até agora. Os sindicalistas disseram que vão seguir com manifestações apenas mostrando as faixas que representam os anseios dos servidores. (A.G.G)