Cotidiano

Governadora suspende demissão de servidores comissionados da Cerr

Revogação ocorreu dois dias depois de cerca de 360 servidores terem sido demitidos

A governadora Suely Campos determinou a suspensão temporária da demissão dos prestadores de serviço da Companhia Energética de Roraima (Cerr). Segundo a Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima, a diretoria da Companhia Energética de Roraima (Cerr) foi informada ontem, 4, sobre a decisão.

O Governo do Estado quer que se proceda a consulta técnica à Procuradoria Geral do Estado e que se esclareça junto à Justiça do Trabalho o alcance da decisão tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região a respeito da situação funcional dos referidos profissionais.

Os mais de 360 servidores com cargos em comissão da Companhia foram pegos de surpresa no dia 2 de janeiro, quando chegaram para trabalhar e foram informados que tinham sido demitidos da estatal e agora comemoram a decisão. Segundo o Governo, eles receberão o salário de janeiro normalmente.

O anúncio da demissão em massa ocorreu quase um mês após decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, que torna inválida a cláusula de extensão dos benefícios e vantagens a todos os prestadores de serviços contratados sem a realização de concurso público da Administração Indireta.

Em meio às centenas de trabalhadores dispensados da Companhia, vários possuem mais de 50 anos e prestavam serviços à Cerr há mais de 20 anos. Revoltados com o anúncio de demissão em massa, vários trabalhadores que estavam na lista de dispensa se reuniram em frente à sede da Companhia Energética, no bairro Calungá, onde fizeram uma pequena manifestação.

O Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima (STIU) acionou a Justiça para recorrer da decisão do Governo do Estado em demitir os servidores.

DÍVIDAS – Mais de um ano após a perda de concessão do fornecimento de energia para os 14 municípios do interior, o Governo do Estado ainda deve pagar R$ 800 milhões de dívidas da Companhia Energética de Roraima.

A dívida se refere a débitos contraídos na gestão anterior para estruturar a estatal energética, que seria administrada pelo Governo Federal, o que acabou não acontecendo. Desde então, com a perda da concessão de geração e comercialização de energia elétrica em agosto de 2016, a Cerr enfrenta problemas.