Política

Governadora afirma que é contra novas terras indígenas em Roraima

“ Contestamos a criação de novas terras indígenas em Roraima, pedindo o cumprimento do precedente do STF, no caso Raposa Serra do Sol”.

A Governadora Suely Campos afirmou à Folha que é totalmente contra a criação de novas terras indígenas em Roraima, apesar de apoiar o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas já existentes.

Segundo Suely, sua decisão de reconduzir Dilson Ingaricó ao cargo de secretário estadual do Índio está ligada exclusivamente à competência dele na gestão de projetos voltados ao desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas em todo o Estado.

Sobre a demarcação da terra indígena do Anzol, na região da Serra da Moça, em Boa Vista, a governadora esclareceu que acionou a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para analisar o caso. “Contestamos a criação de novas terras indígenas em Roraima, pedindo o cumprimento do precedente do STF [Supremo Tribunal Federal], no caso Raposa Serra do Sol, que proibiu a ampliação e criação de novas áreas indígenas em Roraima”, lembrou.

Suely destacou que seu trabalho foi decisivo para que não houvesse a demarcação do Parque Nacional do Lavrado. “O Governo do Estado teve participação na Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais da Amazônia Legal, que esteve à frente dos estudos que resultaram na reedição do decreto que excluiu o chamado Parque do Lavrado”, frisou.

DESENVOLVIMENTO – A governadora destacou que sua gestão é preocupada com o desenvolvimento das comunidades indígenas de Roraima. Por meio da Secretaria Estadual do Índio (SEI), presta atendimento a mais de 400 comunidades, abrangendo dez povos indígenas.

Existem projetos em andamento de incentivo à produção agrícola nas Terras São Marcos e Raposa Serra do Sol, com o trabalho mecanizado em mais de 300 hectares. Além do acompanhamento ao projeto de gado do povo Ingaricó, com a entrega de medicamentos e insumos.

O Governo do Estado também teria resgatado convênios que estavam parados, para a implantação de unidades de produção e beneficiamento de mandioca, milho e outros cultivos. Além disso, há o investimento na educação indígena, com cursos de formação continuada e de magistério, voltados principalmente ao ensino das línguas e culturas maternas.

“O Governo do Estado reitera a preocupação com o desenvolvimento das terras indígenas, da mesma forma que está atento ao crescimento das áreas que não fazem parte dessas comunidades. Tendo em vista o crescimento do Estado como um todo. É preciso preservar áreas significativas, com a certeza de que o desenvolvimento do Estado está intimamente ligado à necessidade de terras onde se possa investir numa política de agricultura de pequeno, médio e grande porte, com a convicção que este é um dos principais setores responsáveis pelo desenvolvimento econômico de Roraima”, concluiu.