Polícia

Garimpeiro morto na Guiana era foragido da Justiça

Homem estava foragido desde 2011, condenado por matar a mulher e executar presos, foi executado por assaltantes

Um assalto em uma região de garimpo na Guiana, país que faz fronteira com o Brasil ao leste do Estado, resultou na morte do garimpeiro Siviomar Antônio de Oliveira, 36 anos, conhecido como “Lorão”, condenado por homicídios e foragido da Justiça roraimense. O ataque deixou outras pessoas feridas. O crime aconteceu num campo de mineração da Região Sete (Cuyuni-Mazaruni). O ataque iniciou na tarde da terça-feira, 26, e encerrado somente na madrugada de quarta-feira, 27.

“Lorão” foi condenado por matar a mulher no Município de Caracaraí, em 2004, e também por execuções dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, quando foi preso pela Operação Bastilha, em 2008, que investigou a morte de detentos dentro do sistema prisional. Ele fugiu em 2011 e nunca mais havia sido localizado pela polícia de Roraima.

Quando foi executado na Guiana, um grupo de seis a oito homens fortemente armados chegou ao garimpo onde ele mantinha maquinários, fizeram a rendição, tendo em vista que ele era o dono de toda estrutura no local. A polícia da Guiana tem como principal suspeito um ex-funcionário da vítima. As investigações ainda estão em curso.

O foragido foi brutalmente executado pelos bandidos, que estavam armados com rifles e revólveres, em um ataque planejado. Conforme testemunha, ele ainda testemunhou os pistoleiros tirando uma quantidade de ouro cru antes de ser morto. “Ele foi torturado e morto, quebraram toda a estrutura do barraco deles, inclusive os equipamentos de internet que eram para as notícias não se espalharem. Tinha quase três anos que ele trabalhava no local”, disse uma testemunha que está na região.

Várias pessoas foram baleadas durante a chegada dos criminosos, no entanto, a investigação até então constatou que apenas o brasileiro foi morto a tiros e alguns trabalhadores sofreram ferimentos de raspão e cortes menores quando fugiram do acampamento durante a noite.

As investigações apontam que o latrocínio durou cerca de oito horas, das 17h45 de terça-feira, terminando às 2h da quarta-feira. Noticiários da imprensa guianense dão conta de que a polícia guianense informou que os assaltantes falavam português. Os bandidos escoltaram Antônio até o local de trabalho e retiraram rapidamente uma quantidade não revelada de ouro bruto, depois os bandidos o levaram a cerca de 500 metros do local e dispararam contra ele várias vezes.

Os demais funcionários do brasileiro fugiram e se refugiaram em outro campo de mineração. Foi lá que um dos trabalhadores transmitiu informações sobre o que aconteceu à polícia. Policiais foram enviados para a área de garimpo no início da manhã de quarta-feira para investigar o assassinato. Um minerador chegou a emprestar sua aeronave para que os policiais chegassem à região.

Tanto o Consulado da Guiana no Brasil quanto a Embaixada brasileira em Georgetown esclareceram que a família está sendo assistida para facilitar os trâmites em relação aos documentos necessários para fazer o translado do corpo até o Brasil. O corpo está na cidade de Georgetown e aguarda os procedimentos legais para será liberado aos familiares.

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