Política

Flamarion diz que reajuste é para equilibrar finanças e privatizar Eletrobras

O deputado Flamarion Portela (PDT) afirmou em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa ontem, 7, que o reajuste de 35,26% da tarifa de energia elétrica para o consumidor tem a finalidade de elevar a rentabilidade da Eletrobras Distribuição Roraima para depois privatizá-la. Disse ainda que os usuários estão “pagando um preço alto para financiar a farra de quem está no topo da hierarquia da empresa”. “Tem diretores do sistema Eletrobras que ganham R$ 40 mil por mês; outros ganham R$ 50 mil e outros ganham R$ 60 mil por mês, e quem paga isso? Somos todos nós, o consumidor final”, criticou.

O parlamentar lembrou que como o papel do Poder Legislativo é sustentando pela legalidade, fiscalização e representatividade da sociedade, se faz necessário que os deputados, inclusive a bancada federal, reajam a esse aumento, uma vez que tudo que incomoda à sociedade deve incomodar também os representantes do povo. “Quer dizer que a gente vai pagar para equilibrar financeiramente a Eletrobras para ser privatizada? O montante de subsídios que é pago para sustentar Eletrobras chega a R$ 800 milhões por ano. Esse valor é 30% do orçamento do Estado de Roraima. Esse parque térmico, independente de estar funcionando, todos os meses recebe milhões”, disse Flamarion.

Segundo ele, em nome da busca do equilíbrio financeiro da estatal servidores estão sendo sacrificados, muitos deles prestes a se aposentar. “Sessenta servidores com mais de 30 anos estão sendo demitidos da Eletrobras para equilibrar as finanças. O sindicato já entrou com uma ação na Justiça e perdeu. Agora está recorrendo à Justiça em segundo grau”, informou.

Flamarion ressaltou que é desigual o tratamento dado aos consumidores roraimenses quando se trata da tarifa de energia elétrica. “O quilowatts/hora é de R$ 409,00 nos outros estados brasileiros. Em Roraima custa R$ 931,00, mas quando se liga as termelétricas do Distrito Industrial, esse quilowatts/hora passa para R$ 1.731,00. O que me assusta é esse subsídio de R$ 800 milhões por ano para subsidiar a Eletrobras Roraima. É dinheiro demais! O interesse político é superado pelo econômico”, criticou.

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