Política

Família de comerciante denuncia dois vereadores e policial militar por agressão

Confusão generalizada teria ocorrido em uma casa de show na Avenida Ene Garcez, com registro de espancamento e tiro

Dois vereadores, Vavá do Tianguá (PSD) e Genilson Costa (SD), foram denunciados na Delegacia da Polícia Civil por envolvimento em uma briga que teria ocorrido na madrugada de domingo, em frente a uma casa de show na Avenida Ene Garcez, no Centro. O caso que foi registrado por meio de Boletim de Ocorrência, corpo de delito, Corregedoria da Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e também deve ser levado ainda esta semana para a Comissão de Ética da Câmara Municipal.

Os denunciantes são de uma família de comerciantes conhecida na cidade, que afirmam que o filho deles foi espancado por mais de dez homens na saída do local. A denúncia afirma que os dois parlamentares, seus seguranças e um policial militar estariam envolvidos na agressão. O policial militar, segundo o Boletim de Ocorrência, teria disparado um tiro em sua direção.

A confusão teria começado quando o enteado do comerciante Paulo Augusto dos Santos Pimentel, do Comercial Loureiro, brigou com um funcionário da Câmara dentro do banheiro da festa. “Quando soubemos o que havia acontecido, eu e a mãe dele resolvemos sair da festa com ele. Quando chegamos próximo ao carro, vimos o rapaz da confusão, os vereadores, segurança, policiais militares, todo mundo vindo em direção a ele e começaram a bater no rapaz. Eu gritava chamando o nome do vereador e, quando ele percebeu quem eu era, parou de brigar”, relatou.

Paulo Augusto contou que, na hora em que foi questionar o policial militar das razões de estar envolvido na confusão, ele teria sacado uma arma e atirado. “Eu perguntei para o policial: ‘Você é PM rapaz, como pode estar envolvido em um negócio desses? Ele sacou a arma e atirou em minha direção. Sorte minha que não acertou, ou tinha acontecido algo pior”, complementou.

O comerciante disse que, no caso dos vereadores, soube depois que o envolvido na confusão do banheiro era da assessoria de um parlamentar. “Eles deviam ter chamado a PM e ter resolvido a situação. Não havia necessidade de os vereadores estarem envolvidos nessa agressão. O que aconteceu foi isso”, destacou o empresário.

OUTRO LADO – O outro envolvido no caso, o funcionário público Udson Santos, também registrou um Boletim de Ocorrência 24 horas depois do fato ocorrido. Ele contou que, quando foi ao banheiro, um desconhecido teria começado a discutir com ele e o agredira. “Os seguranças retiraram o agressor do local e, quando saí do evento, ele estava à minha espera e começou uma briga generalizada”, disse.

O vereador Genilson, em entrevista para a Folha, afirmou que tudo não passou de um mal-entendido. “Nós vimos o rapaz ferido e resolvemos levar ele para o carro, quando esse outro veio para cima dele e do vereador Vavá e começou outra confusão. Só fui apartar a briga. Eu não estava no meio dela. Fui a essa festa acompanhado de minha esposa, inclusive. Eu não me envolvi em nada, sou uma pessoa da paz e jamais me envolvo em confusão. Isso não passa de um mal-entendido e será resolvido”, defendeu-se.

Vavá do Thiangá também negou envolvimento na confusão e afirmou que, quando estava saindo da festa, viu a briga e foi ver o que era. “A gente estava lá e, quando nos viram chegar perto do tumulto, confundiram a gente. Até tentei apaziguar, mas quando vi que seria envolvido na confusão sem ter feito nada, eu fui embora do local. Não sou de briga e nada tenho a ver com isso”.

PM – A Secretaria de Comunicação Social do Governo de Roraima informou, em nota, que a Corregedoria da Polícia Militar de Roraima recebeu a denúncia e já adotou medidas administrativas, como o afastamento do policial militar de suas funções operacionais, devendo cumprir expediente administrativo enquanto durar o procedimento de apuração.  “Durante todo o processo de apuração, será concedido o direito de ampla defesa e o contraditório”, frisou.