Polícia

Família contesta versão de motorista de carreta que derrubou postes

Na manhã de ontem, dia 15, uma das famílias que tiveram o poste de sua residência arrastado por uma carreta, ficando sem energia elétrica por quase um dia inteiro, foi ouvida pela reportagem da Folha e contestou a versão contada pelo motorista da carreta que derrubou quatro postes e arrastou a fiação elétrica de parte da avenida Nossa Senhora da Consolata, no bairro São Pedro, zona leste da Capital.

O fato ocorreu às 8h51 da última quarta-feira, dia 14, como mostram as imagens das câmeras de segurança do Supermercado que fica ao lado da casa da vítima. Minutos antes da ocorrência, Maria Vilandi Rebouças, conhecida como “Caçula”, de 76 anos, que é dona de uma das casas atingidas com a queda dos postes, destacou que poderia ter morrido em consequência da imprudência do motorista. “Todos os dias eu rego as plantas que estão na calçada de casa. Com 10 minutos que eu entrei, houve o acidente. E se eu tivesse lá teria morrido”, acrescentou a vítima.

A família lesada pelo acidente disponibilizou um vídeo à reportagem e as imagens mostram o momento em que o motorista passa da avenida Santos Dumont para a avenida Nossa Senhora da Consolata e arrasta o primeiro cabo de energia, derrubando o primeiro poste. Em seguida, continua fazendo o percurso. O último poste a cair é o da casa de dona Maria Vilandi.

“Meu poste não estava fora do padrão, nunca esteve, porque senão a Eletrobras não permitiria a instalação. Ele [caminhão] derrubou o primeiro, o segundo, o terceiro e o meu poste por último. Das outras vezes que ele fez o mesmo caminho e não derrubou nada é porque estava na faixa correta. No dia do acidente ele veio beirando o meio-fio, na área de estacionamento, portanto não foi o fio da minha casa que provocou tudo isso”, explicou dona Caçula.

Outro agravante para que o acidente acontecesse, segundo seu Luiz Lacerda, esposo de Maria Vilandi, foi o fato de a tampa do baú estar aberta. “Então, só queremos esclarecer que não foi nenhum poste fora de padrão. Nunca veio ninguém reclamar que meu poste estava fora do padrão. Todos os dias passam carretas aqui. A justificativa de que o fio dilatou e ficou mais baixo àquela hora da manhã, não faz sentido. Não existe isso”, reforçou.

As vítimas afirmaram ainda que os responsáveis pela carreta e pelo estabelecimento comercial que fez a locação do transporte da mercadoria disseram que não poderiam assumir os custos do prejuízo provocado pelo veículo, se eximindo da responsabilidade. Uma das vítimas considerou que apenas a versão do caminhoneiro sobre os fatos foi creditada pelo empresário.

O vídeo também mostra o momento em que um motociclista, que seguia atrás da carreta, desvia dos postes e da fiação que se rompia e se espalhava pela via, correndo risco de ser atingido por uma descarga elétrica.

A família de dona Maria Vilandi teve que assumir todos os gastos relativos à troca do poste, despesa equivalente a R$ 2 mil. As vítimas devem tentar um acordo com os responsáveis pelo acidente, mas caso não tenham nenhuma resposta favorável, possivelmente irão acionar a Justiça para intervir e dar solução ao impasse. O registro do Boletim de Ocorrência (B.O) foi feito na Central de Flagrantes do 5o DP, mas será encaminhado ao 1º DP que é responsável pela área onde o fato aconteceu. (J.B)