Polícia

Família busca pistas de adolescente desaparecido

No dia do sumiço de J. G., uma motocicleta usada pelo adolescente e as botas dele foram encontradas próximas a vestígios de sangue

Hoje faz sete dias que o adolescente J. G. A. P. S., de 16 anos, está desaparecido. Angustiada e afirmando que uma investigação não está sendo conduzida como gostaria, a família entrou em contato com a Folha para denunciar o sumiço que até o momento não foi desvendado. O menor desapareceu na tarde da quinta-feira, dia 12, depois do almoço, na sede de São Luiz, região Sul do Estado.

A mãe do rapaz explicou que ele trabalha fazendo limpeza nas ruas do município, contratado pela prefeitura e que na quinta-feira recebeu um telefonema depois de almoçar com a esposa, saindo de casa em sua motocicleta, modelo Honda/Biz, cor prata. À tarde, por volta das 14h, o veículo e um par de botas que era usada pelo adolescente foram localizados nas proximidades do Parque de Vaquejada.

A Polícia Militar do município foi acionada e fez a entrega do material apreendido na Delegacia de São João da Baliza, a cerca de 15 quilômetros do local da ocorrência. Vestígios de sangue também foram encontrados no mesmo lugar em que a moto estava.

De acordo com a mãe de J. G. A. P. S., ela ficou sabendo do caso, passou mal e na quinta-feira não conseguiu ter atitude para buscar as autoridades policiais, no entanto, diz que desde o sábado faz uma peregrinação entre a Delegacia de São João da Baliza e o destacamento da Polícia Militar de São Luiz, mas não obtém respostas.

A mulher destacou que em alguns momentos os policiais perguntaram o que ela havia descoberto, sentindo-se impotente, por saber que a iniciativa de investigar é atribuição da polícia. Mesmo assim, contou que, juntamente com outros parentes, está fazendo buscas na mata, nas imediações do local onde a moto foi encontrada, mas não conseguiram encontrar nenhum vestígio.

Ela disse que, num momento de desespero, recorreu ao Ministério Público para que a Justiça tome conhecimento dos fatos e peça providências a respeito do sumiço, mas que até a tarde de ontem, dia 17, não conseguiu conversar com o promotor de justiça do município.

A mãe de J. G. A. P. S. ainda relatou que um indivíduo foi preso, como suspeito de participação no crime. Ele teria confessado que foi o responsável por jogar a moto da vítima às margens de um igarapé em troca de uma pedra de crack, mas que não conhece o indivíduo que fez o pedido.

POLÍCIA CIVIL – Segundo a Polícia Civil, o desaparecimento de J. G. A. P. S. foi registrado na delegacia do Município de São João da Baliza, coordenada pelo delegado Fernando da Cruz, que iniciou os procedimentos policiais adequados logo que foi formalmente notificado do desaparecimento do adolescente.

As investigações iniciais resultaram na localização da motocicleta que seria do rapaz. O veículo estaria em poder de um homem que foi ouvido pelo delegado e liberado devido à ausência de evidências do envolvimento dele no desaparecimento. 

A Polícia Civil esclareceu ainda que o adolescente desaparecido era conhecido por praticar atos infracionais no município, além de existirem fortes evidências de que ele era membro batizado de uma das organizações criminosas presentes em Roraima.

Por fim, a polícia explicou que o caso está sendo investigado e não é possível repassar mais informações para não comprometer o trabalho dos investigadores.

MINISTÉRIO PÚBLICO – Por sua vez, o Ministério Público do Estado de Roraima, por intermédio da Promotoria de Justiça da Comarca de São Luiz, comunicou que acompanha o caso que está sendo investigado pela Polícia Civil.

Em nota, órgão informou que na noite da quinta-feira passada, 12, o promotor de Justiça, Antônio Scheffer, acompanhado da Segurança Institucional do MPRR e da Polícia Civil de São João da Baliza realizou diligências para apurar o possível desaparecimento do adolescente e que novas diligências foram realizadas na segunda-feira, 16, pela Promotoria de Justiça da Comarca, na tentativa de elucidar os fatos.

“A mãe do jovem compareceu à Promotoria de Justiça da Comarca nesta terça-feira, 17, porém recusou o atendimento do servidor do Órgão e, por isso, foi orientada a retornar na quarta-feira, 18, para falar pessoalmente a respeito do caso com o promotor de Justiça que, na ocasião, estava em audiência”, destacou o MPRR. (J.B)