Cotidiano

Facções criminosas colaboram com aumento da criminalidade no Estado

Segundo o DPJC, as facções têm aliciado jovens para praticar crimes visando o financiamento dessas organizações

A criminalidade tem crescido assustadoramente em Roraima. São cada vez maiores os números de relatos quanto a variedade: assalto à mão armada, estupro, homicídio, latrocínio, tráfico de drogas, entre outros. Para o titular do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC), Alexander Lopes, a situação deve-se a atividade de facções criminosas dentro e fora dos presídios. 

Prova do crescimento dos índices de violência é a quantidade de armas de fogo apreendidas pela Polícia Civil. No ano de 2014, foram apreendidas 5 armas. No ano seguinte o número subiu para 15. Já em 2016 foram 25 unidades e em 2017 foram 32. “Essas armas eram utilizadas por criminosos na prática de seus delitos. Para se ter ideia, esse índice tende a aumentar. Somente em uma semana de janeiro, chegamos a apreender seis armas, quantidade que supera todo o ano de 2014”, disse o delegado.

Quanto à atuação das facções criminosas, Lopes afirmou que cada vez mais elas têm aliciado jovens, em alguns casos até menores de idade. “Esses jovens praticam assaltos, roubos, em alguns casos chegam a matar. O fruto desses crimes é que financia as facções. O dinheiro é utilizado para compra de armas, no tráfico de drogas e em outras atividades”, detalhou.

Ao contrário do que muitos pensam, o titular da DPJC afirmou que a imigração de venezuelanos para Roraima não tem contribuído para o aumento da criminalidade. “As ocorrências nas delegacias estão mais relacionadas a brasileiros envolvidos com facções criminosas do que com venezuelanos. É claro que alguns estrangeiros acabam entrando para o mundo do crime, mas os números são pouco significativos”, pontuou.

Ele afirmou que as principais ocorrências envolvendo venezuelanos, são roubos em supermercados. “Muitos passam fome nas ruas e para suprir a necessidade acabam roubando. Em alguns casos, para alimentar os filhos. Essas ocorrências não contam no momento de fechar as estatísticas referentes ao aumento da criminalidade”, esclareceu.