Cotidiano

Expedição que confirmou extremo Norte brasileiro completa 18 anos

Com as novas delimitações, foi possível definir que o ponto extremo mais ao Norte do Brasil é o Monte Caburaí, e não o Oiapoque

A Expedição ao Monte Caburaí, realizada em 1998, completará 18 anos nesta quinta-feira, dia 8, data que marcou um momento importante ao confirmar o Monte Caburaí como o ponto mais extremo do Norte do Brasil. Localizado no Município de Uiramutã, o Caburaí possui 1.465 metros de altitude e está a 84,5 quilômetros acima do Oiapoque, no Amapá, antes considerado o ponto de maior distância entre Norte e o ponto do extremo Sul do País, o Chuí.

Em 1930, o Marechal Cândido Rondon demarcou o monte e concluiu que a altitude era 1.402 metros. Com isso, a frase “do Oiapoque ao Chuí” era uma certeza e repetida como uma frase feita. Com as novas coordenadas geográficas obtidas por meio de rastreamento de satélites, sistema GPS e outros meios, o Monte Caburaí foi reconhecido oficialmente como o extremo Norte, ficando a frase agora como “Do Caburaí ao Chuí”.

O Caburaí está inserido no Parque Nacional do Monte Roraima, na fronteira com a República Cooperativista da Guiana. O marco foi reconstruído em 2005 no topo do monte, a aproximadamente 50 metros das nascentes do rio Uailan, no Brasil, e a cerca de 70 metros de uma das nascentes do Rio Caburaí, na Guiana.

Em 2007, os então presidentes do Brasil, Lula da Silva, e da Guiana, Bharrat Jadgeo, reuniram-se em Belém (PA) e assinaram o termo de Substituição e Determinação de Novas Coordenadas Geográficas e Altitude Elipsoidal do Marco.

O jornalista Platão Arantes, que era secretário de Meio Ambiente e Turismo de Uiramutã, coordenador e relator da expedição, considerou o dia 8 de setembro um momento importante para que as futuras gerações possam se lembrar da data que reconheceu o limite exato.

“A expedição, realizada em 1998, foi importante para forçar os órgãos competentes a reconhecerem o Monte Caburaí como o ponto mais extremo ao Norte do País”, disse ao lembrar que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), com base no relatório da expedição, incluiu, em 2002, a informação atualizada nos livros didáticos distribuídos nas escolas do Brasil.

Arantes ressaltou a importância da atitude de Rondon em 1930. “Naquela época, mesmo sem recursos, como os equipamentos precisos que temos hoje, Rondon conseguiu uma demarcação próxima à que temos hoje.

Eles vieram a cavalo e trouxeram o cimento e a forma para fazer o marco, que tinha o brasão do Brasil. Hoje é uma placa de bronze que fica ao centro entre os marcos de alvenaria de cada país”, disse.

A expedição ocorreu de 3 a 6 de setembro de 1998, com a participação de diversos órgãos, como o Governo do Estado de Roraima, Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Prefeitura Municipal de Uiramutã, 7º Batalhão de Infantaria de Selva  (7º Bis), Base Aérea de Boa Vista, Corpo de Bombeiros de Roraima e Ministério da Educação e Cultura.

Participaram ainda a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fundação Nacional do Índio (Funai), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e hoje Instituto Federal de Educação de Roraima (IFRR), Museu Integrado de Roraima (Mirr) e Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Uiramutã.

EXÉRCITO – A 1ª Brigada de Infantaria de Selva se manifestou, por meio de nota, ressaltando a importância da participação na excursão ocorrida ao Monte Caburaí como forma de cumprir com o objetivo constitucional do Exército Brasileiro na parte setentrional do País, com a intenção de consolidar a presença do Estado em uma região erma do Brasil.

Informou que existe pretensão do atual Comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general de Brigada Algacir Antônio Polsin, de ainda este ano realizar nova expedição ao Monte Caburaí, porém sem data definida. (A.D)