Cotidiano

Exército instala bloqueios em pontos de acesso às fronteiras

Operação, em curso desde o dia 8, está sendo realizada a pedido do Governo de Roraima, a qual foi autorizada por decreto presidencial

Desde o dia 8 de fevereiro, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva Lobo D’Almada (1ª BdaInfSl) intensificou as ações de fiscalização realizadas em áreas de fronteira do Estado. Essa operação ocorre em resposta ao pedido feito pelo Governo do Estado, amparado pelo decreto presidencial que também ordenou a entrada na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), no mês passado, depois da crise no sistema prisional.

Conforme a Assessoria de Comunicação do Exército, o objetivo é coibir delitos transfronteiriços e ambientais. A equipe da Folha se deslocou a um dos Postos de Bloqueio e Controle de Estrada (PBCE) para acompanhar o trabalho dos militares, a 40 quilômetros de Boa Vista, ao Norte do Estado, na convergência da BR-174, que dá acesso à Venezuela, e RR-319, que dá acesso às áreas indígenas que fazem fronteira com a Venezuela e Guiana, a Leste.

As fiscalizações são móveis e não há localização fixa para ocorrerem as abordagens. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também está apoiando e fortalecendo o combate aos delitos, bem como as ações subsidiárias que o Exército já executa com base na Lei Complementar 136, que determina que  as Forças Armadas têm competência de medidas de apreensão, repreensão, patrulhamentos e revistas.

Veículos, pessoas e qualquer outro tipo de embarcação estão passivos de revistas. Se constatado algum delito, é feita a prisão ou apreensão. O Exército reforçou que a ação não ocorre especificamente na fronteira, levando em consideração que toda área do Estado de Roraima está em uma faixa de fronteira.

São 1.922 quilômetros de faixa de fronteira ao Norte do Estado. Ao Leste está a fronteira com a República Cooperativa da Guiana e, ao extremo Norte, boa parte de fronteira com a Venezuela.

Pelo fato de a fiscalização não ter previsão de término, o resultado preliminar de apreensão dos Postos de Bloqueio é o seguinte: 1.500 litros de combustível, quatro carros e quatro motos, quatro quilos de cocaína, duas armas mais munições e 270 caixas de cigarro.

PEDIDO – Após o decreto presidencial regulamentando a atuação das Forças Armadas no sistema penitenciário do país, o Governo de Roraima solicitou a presença dos militares do Exército nos presídios e nas áreas de fronteira do Estado. A finalidade seria reduzir a criminalidade nas unidades prisionais e tentar controlar o narcotráfico e o crime organizado que atua a partir das fronteiras.

O pedido foi feito durante reunião com o presidente Michel Temer (PMDB), no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 18 de janeiro, que reuniu governadores das regiões Norte e Centro-Oeste. Além de Roraima, Temer recebeu governadores e secretários de segurança do Amapá, Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará e Tocantins para tratar da questão.

A governadora Suely Campos (PP) disse, na ocasião, que a crise no sistema prisional também seria uma questão de segurança nacional. Segundo ela,  o pedido para que os militares atuem nas fronteiras se deve pelo fato de Roraima ser Estado propício ao narcotráfico. “Todos os estados que têm fronteira grande estão sendo vistos como território propício ao narcotráfico. Solicitamos as Forças Armadas para nos ajudar a controlar o fluxo de pessoas e para guardar nossas fronteiras”, destacou, à época.

Suely reforçou que os ilícitos como tráfico de drogas estão diretamente interligados ao crime organizado, que praticou essa série de mortes nos presídios brasileiros, inclusive Roraima.  No sistema prisional de Roraima, 35,32% dos detentos estão presos por tráfico de drogas.

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