Cotidiano

Estado e União firmam convênio para capacitação de equipes de saúde

Convênios preveem a capacitação de pessoas em vulnerabilidade social e de agentes da Defesa Civil que atuam no apoio a imigrantes

Devido ao aumento das demandas de saúde nos hospitais e unidades de saúde dos municípios de Boa Vista e Pacaraima, Estado e União assinaram dois convênios, no valor de R$ 4,5 milhões, para reforçar a realização de capacitações para pessoas em situação de vulnerabilidade social e agentes da Defesa Civil que atuam no atendimento ao imigrante venezuelano. 

A assinatura do documento que valida as novas parcerias ocorreu no domingo, 14, durante visita do ministro da Saúde (MS), Ricardo Barros, a Roraima, devendo contemplar não só a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), mas também a Defesa Civil Estadual, responsável por dar suporte às ações nos abrigos e casas de acolhimento aos imigrantes.

“Os nossos levantamentos para a migração começaram a apresentar alerta no final de 2016. Nisso, começamos a mandar relatórios para o Ministério da Saúde (MS), informando essa situação de atipicidade, de pessoas adentrando o Estado e da necessidade de ajuda nessa questão. Foi a partir desses documentos que surgiram essas ações para estruturar melhor o atendimento nas unidades de saúde, envolvendo o Governo e o Ministério da Saúde. Houve outras ações a nível municipal, por articulações com Brasília, que mais tarde resultaram na criação de um grupo de trabalho, que vem realizando várias ações até hoje”, explicou a gestora interina da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), Ramona Pinto.

À Folha, Ramona contou que os novos convênios deverão reforçar o cronograma de atividades que já vem sendo executados pelas autoridades de saúde no Estado. Nesse sentido, segundo ela, as ações estão se dando de forma tripartite, ou seja, com participação dos três agentes governamentais. “Já tivemos ações de manejos clínicos com relação à chikungunya, arboviroses e DSTs, que foram executadas paralelamente com as equipes do Estado e desses dois municípios [Boa Vista e Pacaraima]. Existem também as ações de capacitação para a saúde para o primeiro semestre desse ano, previstas para fevereiro, março e abril”, frisou.

Ainda segundo a coordenadora interina da CGVS, no que diz respeito aos reforços de saúde, as capacitações previstas para esse ano deverão se voltar principalmente às questões relacionadas às doenças sexualmente transmissíveis, uma vez que as demandas sobre o assunto têm aumentado consideravelmente no Estado.

“O manejo clínico para HIV deve ser implementado esse ano, porque eles [venezuelanos] têm essa vulnerabilidade, a parte indígena principalmente. Tem também a parte da capacitação de classificação de risco nas unidades hospitalares, que é algo que já está sendo realizada desde novembro de 2017. Tudo que está previsto no plano que encaminhamos ao Ministério da Saúde vai ser realizado por meio desses convênios”, destacou.

Por fim, Ramona Pinto ressaltou a preocupação do Ministério da Saúde em relação à situação de colapso que está sendo enfrentada pelo Estado na área de saúde. “Nos dá tranquilidade saber que o Ministério da Saúde está atento a essa situação, uma vez que estamos posicionados em área de fronteira, e essa questão dos venezuelanos é algo muito delicado, porque eles estão fugindo de uma crise política muito grave e, como o Brasil é signatário de convenções internacionais, ou seja, não pode negar ajuda, é necessário fazer uma reestruturação que atenda não só a eles, mas que também não deixe de atender a população do nosso país”, pontuou. (M.L)