Política

Energia elétrica é fundamental para desenvolver Roraima, afirma Ministro da Indústria

Para Marcos Jorge, momento é de união entre a classe política para sensibilizar a Justiça, na compreensão da real necessidade da população do Estado

A interligação de Roraima ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica é essencial para o desenvolvimento do Estado. A declaração do titular do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima (PRB), é baseada em conversas com o setor privado na tentativa de atrair investimentos para a região.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana no domingo, 11, o ministro informou que a primeira explicação para a falta de acometimento é o fato de não poder confiar na distribuição de energia vinda de Guri, na Venezuela.

“A gente explica aos empresários que não é falta de vontade, que já tem os recursos para fazer a interligação com Tucuruí, entretanto, há uma decisão da Justiça do Amazonas que atrasa essa união”, pontuou.

Jorge disse ainda que após cumprir sua agenda em Brasília, vem passar os finais de semana em Roraima e tem conhecimento da necessidade do Estado, inclusive tendo presenciado as diversas interrupções de energia no último sábado e domingo. Para ele, falta a Justiça compreender a real dificuldade enfrentada pela população.

“Como o juiz mora no Amazonas, lá está interligado e ele não passa pelo que nós passamos aqui. A decisão parece muito desequilibrada, porque não está prejudicando apenas a população que precisa da energia, dos comerciantes que tem prejuízos com equipamentos que queimam durante os apagões, mas prejudica que os empresários venham se instalar aqui. Um estado estratégico, fronteira com a Guiana e a Venezuela. A Venezuela não vai ficar o resto da vida da maneira como está, um dia o problema vai se resolver”, declarou.

O ministro acredita que o momento é de unificação dos poderes para sensibilizar a Justiça. “Acho que todos temos que ir para cima do TRF1, que deu essa decisão que proíbe a vinda do capeamento para cá, para interligar Roraima ao sistema energético nacional. Só assim teremos condição de atrair empresas para Roraima e ajudar no desenvolvimento do Estado”, pontuou.

Sobre a visita do presidente Michel Temer a Roraima e o entendimento de que o Governo Federal iria recorrer ao supremo para tratar da questão energética, “A notícia que eu tenho é que a Advocacia Geral da União estava preparando justamente o recurso. Não vou precisar se já entrou, mas o presidente deu a orientação para que seja recorrida em todas as instâncias essa decisão esdrúxula que inviabiliza o nosso Estado”, acrescentou.

PERMANÊNCIA – O ministro comentou ainda a sua permanência no Ministério da Indústria. Lima assumiu a pasta interinamente em janeiro deste ano com a saída do ex-titular, Marcos Pereira. Pouco tempo depois, chegou a anunciar na Rádio Folha 1020 AM, que tinha intenção de sair do MDIC para disputar as próximas eleições no cargo de deputado estadual, mas voltou atrás na sua decisão.

O ministro informou que, na época, tinha o desejo de poder concorrer a uma vaga de deputado estadual por Roraima, de poder retornar ao Estado nas eleições e de contribuir com o projeto de pré-candidatura ao senado do deputado Mecias de Jesus (PRB) e com a reeleição do deputado federal Jhonathan de Jesus (PRB), além de fortalecer o grupo político no Estado.

Acontece que após o anúncio de uma pré-candidatura, Jorge foi chamado pela bancada do PRB e pelo presidente do partido, o ex-ministro Marcos Pereira, para discutir a possibilidade de sua permanência no MDIC.

Na reunião, o ministro explicou que os membros do partido ressaltaram, que o momento atual é de retomada da economia brasileira, e que Jorge fazia parte do projeto desde 2016, onde teve a possibilidade de ampliar o comércio brasileiro no exterior, fazer um trabalho de maior abertura comercial e de contribuir mais diretamente através das ações do Ministério.

“Disseram que o ideal era que permanecesse para que não tivéssemos descontinuidade, uma vez que já estava ciente do que estava acontecendo”, explicou. “Me pediram para que eu reconsiderasse e que pudesse ficar em Brasília, conduzindo o MDIC, ressaltando que qualquer decisão que fosse tomada, nós estaríamos juntos. Eu falei com o presidente, Marcos Pereira, e disse que precisava ouvir algumas pessoas, a minha família, o meu Estado. Assim, o fiz e decidi por ficar”, disse.

Além disso, o ministro ressaltou que em fevereiro houve uma reunião da bancada, onde foi novamente discutido o assunto para saber se essa era a opinião dos membros do partido.

“Para a minha grata surpresa, todos os parlamentares do partido aclamaram a minha permanência e encaminharam meu nome ao presidente [Michel Temer] para deixar de ser interino e ser efetivado no cargo”, informou.

Após esse momento, Temer conversou com a presidência do PRB e disse que queria fazer a efetivação dos ministros até o dia 7 de abril. “Com relação a mim, ele sinalizou positivamente, que tem gostado do trabalho que tem sido feito”, pontuou. (P.C.)