Cotidiano

Em seis meses, CRF expede mais 60 autos de infração por falta de profissional farmacêutico

Ausência de farmacêuticos em estabelecimentos que comercializam medicamentos ou unidades de saúde é o principal motivo

A falta de farmacêuticos nos estabelecimentos que comercializam medicamentos foi a principal infração encontrada nas fiscalizações realizadas pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de Roraima (CRF-RR) no primeiro semestre de 2017. Somente nos primeiros seis meses deste ano, mais de 60 autos de infração foram abertos pelo Conselho contra farmacêuticos ausentes.

Segundo o presidente do CRF, Adônis Motta, a falta de farmacêuticos nas farmácias e hospitais é preocupante. “Somente o farmacêutico possui o entendimento da composição, necessidade e contraindicação de cada medicamento que é oferecido aos pacientes. Sem a assistência desse profissional, tratamentos são abalados, o que representa um risco para toda a população”, afirmou.

A multa para o estabelecimento, no caso de ausência de farmacêutico, é de três salários-mínimos. Para o profissional, um processo ético é aberto, que pode resultar numa notificação, numa suspensão de até um ano ou na perda do diploma.

O Conselho Regional de Farmácia realiza inspeções em cerca de 1.200 estabelecimentos em todo o estado de Roraima, fiscalizando cada um deles de quatro a cinco vezes ao ano. Além de farmácias e hospitais, a verificação de atividades farmacêuticas também é feita em indústrias, transportadoras, laboratórios e distribuidoras.

Apesar das inspeções serem voltadas para o profissional farmacêutico, o Conselho Regional de Farmácia também encaminha infrações e denúncias relacionadas às condições dos estabelecimentos e medicamentos. “Já nos deparamos com remédios vencidos, fracionados ou sem instrução. Todos esses casos são anotados por nós e mandados para a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, complementou. Tal ação contribuiu para que 15 estabelecimentos em Roraima fossem constatados como irregulares pela Vigilância Sanitária este ano.

A farmacêutica Cleopatra Merlin aprovou a fiscalização. “O farmacêutico precisa estar na farmácia. Sem a sua presença, falta direcionamento para quem precisa. Manipulação e informações relacionadas ao uso de medicamento, quantidade, frequência, composição e reações adversas são todas de responsabilidade dele”, comentou.  

Denúncias relacionadas à ausência de farmacêuticos em drogarias e unidades de saúde podem ser feitas na Central de Atendimento do Conselho Regional de Farmácia pelo número (95) 3224-2957, ou através do e-mail [email protected]. (P.B)