Política

Duas mortes foram registradas em onda de protestos contra Maduro

Há meses, venezuelanos têm sofrido escassez de comida e remédios

A Procuradoria da Venezuela informou nesta terça-feira que um homem de 20 anos foi morto com um tiro no pescoço na noite de segunda-feira, enquanto estava em um protesto na cidade de Valencia, na segunda morte confirmada em protestos contra o governo.

Parlamentares da oposição dizem que Daniel Queliz foi morto por forças da segurança durante um protesto. A procuradoria informou em comunicado que está investigando o incidente.

A morte de Daniel segue a morte de Jairo Ortiz, de 19 anos, na quinta-feira na área de um protesto da oposição nos arredores de Caracas.

Parlamentares também dizem que uma mulher idosa morreu asfixiada em Caracas após gás lacrimogêneo entrar em seu apartamento durante os protestos de segunda-feira. A Reuters não pôde confirmar a informação.

As mortes acontecem à medida que manifestações contra o impopular presidente Nicolás Maduro crescem, em meio a uma crise econômica e o que críticos dizem ser a transformação de Maduro em um ditador.

Maduro rebate dizendo que, sob uma aparência de pacifismo, a oposição está encorajando protestos violentos em uma tentativa de derrubar seu governo.

Venezuelanos têm sofrido escassez de comida e remédios há meses, fazendo com que muitos deixem de comer ou fiquem sem tratamentos médicos essenciais.

Mas após anos de protestos com poucos resultados, ações nas ruas diminuíram até o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, no final de março, decidir assumir as funções do Congresso, liderado pela oposição, gerando fortes críticas.

O tribunal rapidamente reverteu a parte mais controversa de sua decisão, mas a ação gerou condenação nacional e no exterior. Notícias de que o controlador nacional baniu de cargos públicos na sexta-feira o notório líder da oposição Henrique Capriles por 15 anos também geraram amplas críticas.

PARLAMENTARES PROTESTAM – Cerca de uma dúzia de deputados da oposição realizou outro protesto surpresa nesta terça-feira na sede da Guarda Nacional para denunciar publicamente o uso excessivo de força – incluindo gás lacrimogêneo lançado de um helicóptero e disparado contra uma clínica em Caracas.

“Aqui estamos… para pedir eleições agora, e um fim à repressão, respeito pela constituição, uma reversão do golpe, para que a Venezuela possa estar em paz e todos possamos progredir”, disse o parlamentar da oposição Tomas Guanipa, segurando uma cópia da constituição.

Autoridades estatais mostraram através de redes sociais imagens e vídeos de manifestantes vandalizando propriedades públicas e atirando pedras contra a polícia.

“Quem está tomando responsabilidade pelos danos a propriedades públicas e pessoas?”, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, no Twitter, publicando fotos de manifestantes chutando policiais e invadindo um escritório do Tribunal Supremo de Justiça. “Qual a agenda deles? Terrorismo, caos, morte?”.

A maior parte dos manifestantes é pacífica e diz que ação nas ruas é a única opção, após autoridades bloquearem no ano passado um referendo revogatório para remoção de Maduro. Eleições locais, programadas para o ano passado, ainda não foram anunciadas.

Com informações da Reuters