Cotidiano

Desfile Cívico em Boa Vista reúne 20 mil pessoas

Programação incluiu a participação de escolas públicas, entidades civis, instituições filantrópicas e órgãos militares do Estado

A população boa-vistense compareceu em peso na manhã de ontem, 07, para prestigiar o tradicional desfile cívico-militar de aniversário da Independência do Brasil. Realizado todos os anos na Avenida Ene Garcez, no Centro, o evento reuniu aproximadamente 20 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM).

Iniciado às 07h10, o evento estendeu-se até as 10h30. Durante todo esse período, não houve registro de imprevisto na Praça Ayrton Senna, que teve várias ruas interditadas para o desfile. A programação foi aberta pela governadora Suely Campos (PP). “Ao longo desses 195 anos de independência do Brasil, muitas transformações políticas, econômicas e sociais foram ocorrendo, fazendo deste país uma grande nação. Comemorar o dia 07 de setembro é muito mais que honrar a nossa história, é resgatar todo o patriotismo e orgulho de sermos o que somos”, disse.

Logo após os discursos das autoridades públicas, foi dado início aos desfiles, inicialmente com as escolas públicas. Foram 43 unidades de ensino, sendo que 11 delas contaram com a presença das tradicionais fanfarras estudantis, conforme destacou o secretário estadual de Educação e Desporto (Seed), Jullys Rimet.

“Abrilhantar essa data tão importante com a presença das nossas escolas é sem dúvida alguma, manter o espírito de patriotismo no coração da nossa população e esse é um ano muito especial para o Estado, pois marca a consolidação do projeto de escolas militarizadas. Atualmente são quatro unidades e em breve teremos uma quinta escola na Vila Nova Colina. Isso nos deixa satisfeito, pois mostra a boa receptividade da população em relação a essa nova metodologia de ensino”, disse.

Além das unidades escolares, o desfile contou com a participação de 11 entidades civis e filantrópicas, como Liga Roraimense de Karatê Interestilos (LRKI), Lions Clube de Boa Vista, Clube do Fusca, Roraima Moto Clube, entre outros. “Esse é sem dúvida um momento muito bonito e faço questão sempre de trazer os meus filhos para cá, justamente para manter essa tradição que era tão legal nos meus tempos de escola e que não deveria se perder nunca”, ressaltou a funcionária pública Nilmara Barros, 38 anos.

O encerramento das atividades do desfile cívico contou com a presença das instituições militares que atuam no Estado. Somente o Exército, foram 1.500 homens marchando na avenida, contingente este que se juntou aos profissionais de outros órgãos, como Corpo de Bombeiros, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar.

“Creio que para toda a população o dia é de muita festa, e hoje com realidade, pois fomos agraciados com um belo sol. Cultivar esse espírito de patriotismo e civismo é renovar na população a esperança de tempos melhores para o Brasil”, salientou o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Gustavo Dutra.

ENCERRAMENTO – Para esta sexta-feira, 08, o governo do Estado promoverá a cerimônia de apagamento do Fogo Simbólico da Independência, encerrando assim a programação da Semana da Pátria em Roraima. A ação está prevista para ocorrer às 18 horas, em frente ao Palácio Senador Hélio Campo, no Centro Cívico. (M.L)

Ambulantes aproveitam para faturar

Todos os anos, centenas de pessoas se reúnem na Avenida Ene Garcez para acompanhar o Desfile de 7 de Setembro. Em meio ao público, já é comum a presença de ambulantes vendendo, principalmente, água, refrigerante e pipoca. No entanto, a maioria dos vendedores tem apostado na variedade de produtos nos eventos de grande público. O objetivo é um só: atrair a clientela e garantir a renda extra no final do mês.

No ramo há quase cinco anos, a ambulante Rosário Alves contou que largou o pequeno comércio que tinha em casa para a venda nas ruas. Quando iniciou, o lucro girava em torno de R$ 1 mil por mês. Se o mês tivesse grandes eventos, o valor aumentava para até R$ 3 mil. Desde então, Rosário marca presença nos desfiles de 7 de Setembro vendendo água, refrigerante, cerveja, pastel, pizza e outros salgados.

Segundo a ambulante, o horário do desfile contribui para que a população sinta a necessidade de consumir. “Perto das 10h da manhã é que as vendas começam de verdade. O sol já está bem forte e a sede começa a bater. Ainda tem gente que aproveita pra fazer um lanchinho e conseguir esperar até o final”, disse. Este ano, Rosário também apostou na venda de dindins por conta do clima. Em menos de duas horas, os 50 dindins foram vendidos.

O ambulante José da Silva, conhecido como Baiano, não tem o apelido à toa. Natural da Bahia, ele veio para Boa Vista em meados de 2000 após receber uma proposta de trabalho. O emprego, entretanto, não deu certo. Com sete meses na capital, Baiano decidiu começar a trabalhar como vendedor ambulante. Hoje, ele trabalha de segunda a sexta-feira próximo do Instituto Batista de Roraima (IBR) e aos fins de semana no estacionamento do Estádio Canarinho e no Parque Anauá.

Dependendo do movimento do mês, Baiano destacou que chega a receber até R$5 mil. Ele frisou que as melhores oportunidades são os grandes eventos, como o Desfile da Independência, ainda que este ano tenha considerado as vendas fracas. Em sua barraca, o ambulante vende água, refrigerante, cerveja, bombom, cachorro-quente na chapa e ao molho, dindin, paçoca e outros lanches. “O que mais está saindo é água e dindin. Dou diversidade para melhor atender meus clientes”, falou.

Para o vendedor Geraldo Bastos o feriado também foi considerado fraco. Trabalhando há pouco mais de dois anos como ambulante, esta foi a primeira vez que Bastos trabalhou apenas vendendo dindin. “Eu trouxe quase 150 dindins e já vendi metade. Daqui pro final do desfile eu acho que consigo vender o resto. O calor ajuda nessa época do ano”, disse. (A.G.G)