Cotidiano

DSTs preocupam órgãos de saúde

A preocupação tomou forma em razão do aumento do número de pessoas morando em Roraima

O fluxo de imigrantes venezuelanos implicou no aumento da população residente no Estado. Com isso, surge a preocupação por melhoria na oferta dos serviços de saúde. Entre as preocupações, está o combate às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Por isso, órgãos ligados a este setor dizem estar realizando ações educativas e monitoramento da situação.

Valdirene Cruz, técnica do Núcleo de Controle de DST-Aids da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que o Estado realiza ações nos abrigos uma vez por semana. Lá são oferecidos testes rápidos de HIV e sífilis, preservativos e orientação de prevenção. Na próxima semana, a expectativa é que comecem os testes para hepatite B e C.

Ela diz que a adesão às ações é boa e muitos dizem não usar o preservativo nas relações sexuais. Valdirene acredita que a ausência de prevenção se dá pela crise econômica no país de origem, com restrição na distribuição de preservativos.

“A qualidade dos serviços deles não é como aqui, onde há preservativo em todas as unidades de saúde”, informa. A técnica diz ainda que, alguns imigrantes sabem que são portadores do vírus do HIV e procuram os profissionais de saúde.

“Eles estão sem tratamento, sem medicamento e pedem ajuda. Com esses, a gente faz a testagem para entrarem em nossa rede de acompanhamento e encaminhamos para o Serviço de Assistência Especializada (SAE), unidade gerenciada pelo Estado”, afirma.

Ela diz que a testagem é uma forma de mapear e avaliar índices. Com a avaliação, o poder público pode pensar em estratégias de combate. “Esse mapeamento vai nos dar informações importantes de comportamento, da incidência das DST e HIV na população. Vai nos ajudar a fazer o planejamento de prevenção, cuidado e assistência”.

Valdirene afirma que não se pode mensurar com certeza o índice das DSTs no Estado depois do fluxo migratório. Ressalta que não se deve pensar que somente os estrangeiros são portadores. “O índice deve aumentar por causa do número de pessoas morando aqui, mas não se pode dizer que o aumento é somente por causa deles”, ressalta.