Polícia

Criança é espancada dentro de escola

Mãe do menino ficou sabendo da agressão após procedimento no hospital, quando ele já estava indo para casa

A escola deve ser local seguro para que as crianças desenvolvam sua aprendizagem de maneira significativa. No entanto, um caso atípico aconteceu ontem, dia 15, depois que um menino foi agredido de maneira cruel, levado ao hospital para atendimento médico e a mãe só foi informada quando o garoto estava prestes a ser submetido a procedimento cirúrgico. O fato ocorreu por volta das 7h30, na Escola Municipal Professora Carmem Eugênia Macaggi, bairro Asa Branca, zona oeste da Capital.

A mãe do aluno ferido denunciou a direção da Escola ao Conselho Tutelar por negligência. A denúncia foi feita ainda na tarde de ontem. Segundo a mãe, a agressão partiu de outras crianças, no banheiro da escola. Bastante ferido no rosto, o menino foi socorrido e levado ao hospital por professores, porém a mãe não foi informada do caso.

“Meu filho passou por cirurgia e levou 17 pontos no rosto. Três alunos da escola chamaram ele para o banheiro, onde deram socos no rosto e na barriga. Ele caiu em um pedaço de mármore e machucou ainda mais o rosto. Foi levado para o hospital e eu não sabia de nada disso. Não recebi nenhum telefonema da escola”, contou.

Segundo a mulher, o aviso só chegou por volta das 10h, cerca de três horas após a ocorrência, quando a criança estava sendo levada para a casa da mãe, ao lado de um professor, um coordenador pedagógico e uma pessoa que se passou por conselheiro tutelar. “Tiraram o cartão do SUS [Serviço Único de Saúde] do meu filho sem nenhum familiar presente, entregaram a criança em casa com a prescrição médica e o atestado para ele faltar por três dias. Mas ele está traumatizado, está com medo da escola. Não entraram em contato comigo, porque já tive problemas ao denunciar maus-tratos contra meu filho na escola”, disse.

A mãe contou ainda que o estudante já tinha apanhado de uma professora em sala de aula e isso causou retaliação por parte da direção da escola. “Meu filho está com febre, passando mal e eu vim denunciar esse tratamento. Uma coordenadora me disse que se a escola é ruim, eu que deveria mudar meu filho para estudar em outro local. Só que isso não é certo, eles que devem melhorar a forma que ensinam às crianças. Você leva o seu filho para a escola achando que ele está em segurança, e não está”, reforçou.

O Conselho Tutelar informou que a escola infringiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), considerando que em qualquer situação de violência, envolvendo estudantes, os pais e os responsáveis devem ser avisados prioritariamente. “Vamos solicitar da escola um relatório informando o que houve e por qual motivo não entraram em contato com a mãe do aluno para depois averiguar a situação. E o que é mais grave é que a mãe informou que uma pessoa se passou por conselheiro tutelar, o que é um crime”, informou o conselheiro tutelar Franco Rocha.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura informou que entrou em contato com a gestão da escola e foi constatado que, tão logo os servidores tomaram conhecimento do ocorrido, entraram em contato com a mãe do aluno para informar do incidente e, tendo em vista o ferimento, providenciaram atendimento médico levando a criança ao pronto atendimento. “Infelizmente não houve sucesso nas ligações à responsável”, frisou.

O fato ocorreu no ambiente interno do banheiro das crianças, onde o assistente de aluno só adentra em caso de necessidade, ainda assim serão adotadas medidas para que a atenção seja redobrada, para evitar novos incidentes desta natureza. “A gestão da unidade esclarece que todas as medidas cabíveis para garantir a integridade física dos alunos são adotadas por meio do acompanhamento dos profissionais da unidade, supervisionando as crianças em suas atividades. Ressaltamos que a escola inseriu todos os procedimentos no relatório do ocorrido”, concluiu. (J.B)