Cotidiano

Contra o assédio moral, trabalhadores não descartam greve geral

A mobilização desta manhã teve o apoio de cerca de 50 pessoas; Mais de 2 mil profissionais prestam serviços nos mais de 30 pólos indígenas do Estado

Lideranças do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde do Estado Roraima (Siemesp) proveram na manhã desta quarta-feira, 23, uma manifestação em frente à sede da Missão Evangélica Caiua (MEC), situada na avenida Glaycon de Paiva, no Centro. A mobilização teve apoio de cerca de 50 pessoas.

À FolhaWeb, o presidente da entidade, Pedro Costa, informou que o ato teve o objetivo de chamar a atenção das autoridades e da sociedade em geral sobre os constantes assédios que a categoria tem sofrido por parte de gestores responsáveis pela contratação dos profissionais que atuam na saúde indígena.

“Acontece é que está havendo muitas demissões sem nenhuma justificativa. Há casos em que o trabalhador passa 30 dias em missão, e quando retorna para a cidade é surpreendido com um documento de aviso prévio. O servidor não tem nem tempo de se explicar ou tentar saber o porquê de estar sendo demitido. É por isso que decidimos fazer essa manifestação, para exigir o fim dessa perseguição”, afirmou.

De acordo com sindicalista, 2.220 profissionais fazem a prestação de serviços nos distritos Leste (Dsei L) e Yanomani (Dsei Y), que juntos possuem mais de 30 pólos indígenas. A categoria não descarta paralisar os serviços caso não haja uma sensibilização por parte dos atuais gestores.  

 “Esse assédio está partindo de alguns gestores que não tem responsabilidade com o trabalhador, que já passaram muito tempo em áreas e que quando chegam aqui na cidade, esquecem do trabalhador, só querem saber de demitir. Isso nós repudiamos, não vamos aceitar esse tipo de conduta, e se continuar, vamos paralisar as atividades”, destacou.

Servidor de saúde há 5 anos e vice-presidente do sindicato, Julito Alves, destacou que a entidade levará a situação ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF), para que a medidas enérgicas sejam tomadas e que os direitos do trabalhador venham a ser preservados.

“Por conta da interferência não só de gestores não índios, mas também de algumas lideranças indígenas, não temos coordenador de missão. Isso é bastante danoso para todos os trabalhadores. Vamos levar essa situação ao conhecimento do MPF, para que algo possa ser feito”, complementou.

Matéria completa na Folha Impressa desta quinta-feira, 24.