Cultura

Conheça alguns transtornos do sono e saiba como tratá-los

Insônia, narcolepsia e apneia do sono são alguns dos transtornos que atrapalham na hora de ter uma boa noite de sono

Pelo menos 40 milhões de pessoas sofrem de transtornos do sono crônico de longo prazo, e mais 20 milhões experimentam problemas de sono ocasionais. Esses transtornos e sua consequente privação de sono interferem no trabalho, condução de veículos e atividades sociais. Eles também são responsáveis por em torno de US$ 16 bilhões de custos médicos por ano, enquanto os custos indiretos decorrentes de perda de produtividade e outros fatores sejam provavelmente muito maiores. 

Os médicos já descreveram mais de 70 transtornos do sono, dos quais a maioria pode ser controlada eficientemente uma vez diagnosticada. De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, os transtornos do sono mais comuns incluem insônia, apneia do sono, e narcolepsia. O psiquiatra listou alguns dos sintomas e tratamentos. Confira:

Insônia

Quase todos ocasionalmente sofrem de insônia de curto prazo. Esse problema pode ser decorrente de estresse, “jet lag”, dieta ou muitos outros fatores. Insônia quase sempre afeta o desempenho no trabalho e bem-estar no dia seguinte.

“A insônia tende a aumentar com a idade e afeta em torno de 40% das mulheres e 30% dos homens. Ela é frequentemente o principal sintoma debilitante decorrente de outros problemas médicos. Para insônia de curto prazo os médicos podem prescrever remédios para dormir. Porém, a maioria desses remédios perde a eficiência depois de algumas semanas de uso, sendo que a utilização de longo prazo pode acabar interferindo com o bom sono”.

A insônia leve frequentemente pode ser prevenida ou curada com bons hábitos de sono. Para casos mais sérios de insônia, pesquisadores estão testando terapia de luz e outras formas de alterar os ciclos circadianos.

Narcolepsia

Pessoas com narcolepsia têm frequentes “ataques de sono” durante o dia, mesmo quando tiveram uma quantidade normal de sono à noite. Esses ataques duram de alguns segundos a mais de 30 minutos. Pessoas com narcolepsia também podem experimentar cataplexia (perda de controle muscular durante situações emocionais), alucinações, paralisia temporária quando acordam, e sono noturno perturbado.

“Esses sintomas de narcolepsia geralmente aparecem durante a adolescência, porém frequentemente leva-se anos até obter o diagnóstico correto. Esse transtorno, ou pelo menos a predisposição a ele, é geralmente hereditário, mas ocasionalmente está ligado a dano cerebral decorrente de lesão na cabeça ou doença neurológica” disse o especialista.

Uma vez que a narcolepsia é diagnosticada, estimulantes, antidepressivos e outros medicamentos podem ajudar a controlar os sintomas e prevenir os efeitos perigosos e embaraçadores de cair no sono em horário inadequado. Sonecas em certas horas do dia podem ajudar a reduzir o sono diurno excessivo.

Apneia do sono

A apneia do sono é um transtorno no qual há interrupção da respiração quando a pessoa dorme. Ela geralmente ocorre em associação com acúmulo de gordura, ou com perda de tônus muscular decorrente do envelhecimento. Essas mudanças permitem que a traqueia colapse durante a respiração quando os músculos relaxam ao dormir.

“Esse problema, chamado apneia obstrutiva do sono, é geralmente associado com ronco alto (embora nem todos com esse transtorno ronquem). Apneia do sono também pode ocorrer se neurônios que controlam a respiração não funcionarem direito durante o sono. Durante um episódio de apneia obstrutiva o esforço de a pessoa inalar ar cria uma sucção que colapsa a traqueia. Isso bloqueia o fluxo de ar de 10 segundos a 1 minuto, enquanto a pessoa luta para respirar. Quando o nível de oxigênio no sangue diminui, o cérebro responde acordando a pessoa de modo a tencionar os músculos das vias aéreas superiores e abrir a traqueia. A pessoa pode bufar ou arfar e então voltar a roncar. Esse ciclo pode ser repetido centenas de vezes durante a noite. As muitas vezes que a pessoa acorda a deixa continuamente sonolenta e pode ocasionar alterações na personalidade, como irritabilidade ou depressão”, conta

Apneia do sono também diminui a oxigenação, o que pode ocasionar dor de cabeça pela manhã, perda de libido ou declínio da função mental. Ela também está relacionada com pressão alta, arritmia cardíaca, e risco aumentado para ataque cardíaco e AVC.

Pacientes com apneia do sono severa sem tratamento possuem de 2 a 3 vezes mais probabilidade de se envolver em acidentes ao dirigir. “Em algumas pessoas de alto risco, apneia do sono pode até ocasionar morte súbita durante o sono. Pessoas com os principais sinais de apneia do sono, como ronco alto, obesidade e sonolência diurna excessiva, devem procurar um médico para provavelmente fazer um teste chamado polissonografia”.

Esse teste registra as ondas cerebrais, batimentos cardíacos, e respiração durante toda uma noite. Se apneia do sono for diagnosticada, há vários tratamentos disponíveis. “Apneia do sono moderada pode frequentemente ser superada com perda de peso ou prevenindo que a pessoa durma de costas. Outros pacientes podem precisar de aparelhos especiais ou cirurgia para corrigir a obstrução”. Pessoas com apneia do sono nunca devem tomar sedativos ou remédios para dormir, os quais podem impedi-las de acordar para respirar.