Cultura

Conheça alguns dos benefícios de plantas medicinais

Um guia para esclarecer de vez como recorrer às propriedades da nossa flora sem correr riscos

O uso de plantas para tratar doenças é tão antigo quanto a história da humanidade, mas saber conservar e usar cada tipo é fundamental para garantir que o remédio funcione. Antes de tudo, apague a crença de que tudo que é natural não faz mal. “As plantas necessitam de recursos químicos para se defender, como alguns alcaloides, que, por serem amargos e tóxicos, afastam predadores, ou óleos essenciais, que atraem aves para a polinização”, exemplifica a farmacêutica Ivana Suffredini, da Universidade Paulista, na capital. “Assim como algumas dessas substâncias podem atuar positivamente no organismo humano, outras provocam sérios danos”, alerta.

Outra confusão que precisa ser desfeita é usar os termos plantas medicinais e fitoterápicos como sinônimos. “Fitoterápicos são remédios, que passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com uma concentração de ativos padronizada, o que nem sempre ocorre com as folhas para o preparo de chás”, diferencia a geriatra especializada em fitomedicina Rita Ferrari, de São Paulo.

Agrião

Verdura de sabor ligeiramente amargo e bem popular na mesa brasileira. O agrião é um excelente anti-inflamatório das vias respiratórias, muito indicado nas bronquites crônicas. Ele também age contra um mal bem moderno: a nicotina – ainda que, claro, nenhuma planta apague de vez os seus estragos.

Fins medicinais: Diurético, anti-inflamatório, pode ser usado para tratar aftas, gengivites, acne e eczemas, ajuda melhorar a digestão e tratar a tosse.

Como usar: A simples digestão do agrião libera substâncias expectorantes que ajudam a limpar as vias respiratórias. Pode ser consumido em saladas, batido em sucos ou tomado em chás (1 colher de sopa de folhas secas para uma xícara de chá de água fervente, três vezes ao dia)

Alfazema

Desde a Antiguidade, a planta era usada em banhos de imersão de gregos e romanos. Isso provavelmente porque, suas flores têm um delicado aroma calmante. Seu óleo essencial carrega mais de 150 compostos que respondem por seus bons efeitos, que vão desde o combate à insônia até falta de apetite. Hoje sabe-se que a alfazema também é eficaz contra cistite, inflamação na bexiga comum em mulheres.

Fins medicinais: Suas folhas são usadas em remédios contra conjuntivite e as flores funcionam contra tosse, bronquite, queimaduras e enxaqueca.

Como usar: Misture 100 mililitros de óleo de amêndoa com 40 gotas de essência de alfazema. Use esse óleo para massagear o corpo – uma boa ideia é aplicá-lo antes de dormir.

Babosa

A famosa Aloe vera entra na composição de vários xampus e cremes feitos com a polpa branca de suas folhas. Tudo graças a uma dupla de princípios ativos, aloeferon e antraquinona. Enquanto o primeiro age na multiplicação celular e acelera a cicatrização, o outro funciona como antisséptico. Em alguns casos, é justamente essa propriedade que evita a queda de cabelos. Ela também ajuda na cicatrização de feridas.

Fins medicinais: A babosa também tem sido usada no combate à caspa, aos piolhos e às lêndeas. Há testes sobre seus efeitos no tratamento de inflamações e queimaduras.

Como usar: Esfregue folhas de babosa cozidas no couro cabeludo. Deixe agir durante 15 minutos e enxágue. Outra opção é cortar as folhas pela base deixando escoar o sumo gosmento. Passe-o então nos fios. E saiba: ele dura apenas 2 dias na geladeira.

Carqueja

Extremamente popular no Brasil, ao que parece ela teria sido introduzida aqui pelos escravos africanos. A planta é uma boa pedida quando aquela refeição pesada cai mal e o estômago parece de chumbo: sabe-se que seus óleos essenciais, como o carquejol, atuam nas células hepáticas aumentando a produção da bile. A carqueja também está lotada de componentes amargos, o que também favorece o trabalho do fígado e a digestão. Ela tem ainda um efeito diurético, ajudando a eliminar toxinas.

Fins medicinais: A carqueja reduz as taxas de açúcar no sangue e tem propriedades anti-úlcera e anti-inflamatórias, o que ajuda no tratamento de artrites.

Como usar: Para auxiliar na digestão, prepare um chá com 1 colher de sopa da erva para cada xícara de água e tome até 3 vezes ao dia.