Cotidiano

Condutores dispensam carro próprio e preferem aluguel

Vantagem em aluguel de carros, como não precisa pagar o IPVA, surge como opção para quem não quer comprar veículos

O uso temporário de automóveis, em vez da compra dos veículos, tem ganhado espaço no Brasil, conforme aponta o artigo acadêmico “Estudo do Consumo Automotivo Global: Futuro das Tecnologias Automotivas”. O levantamento mostrou que 55% dos brasileiros dispensariam a compra de carro próprio e optariam pelo aluguel do veículo para evitar burocracias, como o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

No Estado, a situação ainda é diferente do restante do país, porém empresários do segmento afirmam que o setor está em crescimento. Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis em Roraima (ABLA-RR) apontam que a tendência mundial começou a aparecer na região.

A informação é que o serviço é muito usado pelas pessoas que precisam resolver pequenos serviços, mas que não utilizam o veículo diariamente, como aposentados. Ou quem já possui outro transporte, como motocicletas ou usa muito o transporte público e urbano.

“Pela segurança, pela comodidade e pela flexibilidade, os condutores têm escolhido esse caminho. Quem quer fazer um passeio de férias, aluga um 4×4. Quem já tem um, pode alugar um básico para ir ao trabalho. Se o carro quebra e não tem a peça na cidade, não precisa ficar esperando chegar”, explica Célio Fonseca, diretor da ABLA-RR.

Ainda assim, a ABLA-RR ressalta que a escolha pelo uso temporário de veículos foca majoritariamente no uso de carros pelo serviço público. Do volume de serviço, 75% é voltado para a terceirização da rota, ou seja, o aluguel para órgãos públicos; em seguida, o turismo de negócios com 20% e turismo de lazer com 5%. No Brasil, a terceirização de frotas é responsável por 58% dos serviços, seguido do turismo de lazer com 23% e turismo de negócios com 19%.

“O setor público tem uma característica predominante em Roraima e também no segmento de aluguel de carros. Os grandes órgãos federais alugam carros e puxam o nosso segmento, principalmente com pick-ups para atendimento em área indígena, no interior e fiscalização”, frisou.

Fonseca acredita que a diferença no que diz respeito ao setor de turismo de lazer em Roraima e no restante do país é relacionada por causa do pouco investimento na área e também por conta da característica do Estado, que normalmente apresenta excursões ecológicas, com trilhas e observação de pássaros.

O diretor afirma que o aluguel também é usado pelas pessoas que vivem em Roraima e vão receber familiares de férias. “Às vezes a família precisa de mais um carro ou um veículo maior ou mais adequado para uma viagem ao interior ou visita nas áreas de turismo”, completa.

Para Israel Ferreira, gerente de uma empresa de aluguel de veículos, no quesito aluguel pessoal, outra razão é o oferecimento de vantagens aos clientes, como quilometragem livre, manutenção aos veículos, guinchos 24h, troca de pneus e sem pagamento do IPVA.

O serviço também utilizado por quem viaja a trabalho para Roraima por um pequeno período, como quem presta serviço militar, acrescenta Israel. Os motoristas acabam não querendo comprar um carro por saber que vão retornar ao seu estado de origem. “Acham mais vantajoso alugar por conta dos benefícios, por não ter que se preocupar com documento do carro, manutenção, só com o abastecimento. E os preços caem bastante para quem alugar por um tempo maior, acaba que fica bem em conta”, reforça Ferreira.

Motoristas de aplicativos também ajudaram no crescimento do segmento

Segundo Israel Ferreira, outro motivo para o crescimento no segmento foi o aluguel por condutores de aplicativos de transporte, como o Uber. “Agora, com essa novidade para as promoções voltada aos motoristas de aplicativo de transporte, como o Uber, nós baixamos mais ainda o valor das nossas diárias. Para estes condutores, a diária é de R$ 59,99 e para os demais varia a partir de R$ 110”, afirma. 

As empresas têm facilitado o aluguel por entender a necessidade dos motoristas de transporte privado, já que no dia a dia um trabalhador pode ficar até alguns dias sem o veículo, mas no caso do condutor de aplicativo, isso significa perda de dinheiro. “A pessoa só se preocupa em trabalhar. O que tiver de problema é só acionar a empresa para resolver. E se tiver que fazer alguma manutenção que vá demorar, a pessoa pode substituir o carro na hora, para não prejudicar o cliente e ele continuar trabalhando normal”, informou. (P.C.)