Cotidiano

Comissão do SUS vem a Roraima verificar situação dos venezuelanos

Força Nacional do Sistema Único de Saúde terá três dias para fazer o levantamento para que Governo Federal adote medidas necessárias

Representantes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) chegaram ontem à tarde ao Estado. A comissão viaja hoje pela manhã a Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, Norte do Estado, onde fará um levantamento sobre as condições de vida dos venezuelanos que estão imigrando para o Brasil por causa da crise financeira em seu país.

Na semana passada, a Folha foi à fronteira e mostrou a situação precária vivida pelos estrangeiros em Pacaraima. Eles ocupam ruas, calçadas e praças e fazem qualquer coisa para conseguir comida. A grande maioria trabalha como ambulante.

O deputado federal Hiran Gonçalves (PP) foi quem solicitou do Governo Federal providências emergenciais com relação à situação dos venezuelanos refugiados. A comissão é composta por dois técnicos da FN-SUS e dois do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima (DSEI/RR).

As atividades terão duração de três dias e, após isso, serão solicitadas do Governo Federal medidas que visem garantir assistência humanizada aos refugiados venezuelanos, como alimentos, remédios e roupas.

“É um problema que considero muito sério, pois por conta da crise política e econômica muitos desses cidadãos estão vindo para o Estado em busca de melhores condições de vida. Porém muitos vivem em condições subumanas, em lonas improvisadas. Em Boa Vista, grande parte deles buscam meios para sobreviver, perambulando pelas ruas vendendo objetos, lavando para-brisas de carros, pedindo comida nas casas, para a subsistência de seus familiares. Precisamos de uma ação emergencial”, observou o deputado.

Durante os três dias de visita, a equipe da Força Nacional se reunirá com os secretários de saúde do Município e do Estado, além de visita técnica nas unidades da rede de saúde. Também será feita uma visita a Pacaraima, bem como reuniões com o prefeito e secretário de saúde e unidades médicas daquele município.

A comissão também se fará acompanhar pela Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que dará apoio logístico para a referida missão.

No dia 13, o Governo do Estado informou que não poderia decretar estado de calamidade pública ou situação de emergência porque a situação em Pacaraima é muito específica, pois não há um desastre. Esta conclusão saiu após a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) ter feito, no final de agosto passado, um levantamento rápido sobre a situação dos venezuelanos morando naquele município.

Ontem à tarde, por telefone, o prefeito de Pacaraima, Altemir Campos (sem partido), disse que havia passado a semana no interior e que estava retornando a Pacaraima naquele momento. Mas ele disse que hoje pela manhã, assim que verificasse a situação no município, adiantaria à reportagem da Folha se vai ou não decretar situação de emergência. (AJ)