Política

Comissão Externa quer apurar aplicação de recursos em Roraima

Coordenador da comissão, o deputado federal Carlos Andrade (PHS) quer realizar audiência pública no fim de abril para verificar o andamento das medidas anunciadas pelo Governo Federal

A Comissão Externa Crise Venezuela (CEX) criada com o intuito de acompanhar o fluxo crescente de imigrantes venezuelanos em Roraima tende a realizar uma série de ações nos próximos meses para melhor fiscalizar a aplicação de recursos e andamento das operações paliativas. A primeira delas é uma audiência pública prevista para acontecer no fim de abril.

O coordenador da comissão, deputado federal Carlos Andrade (PHS), informou durante entrevista ao programa Agenda Parlamentar, na Rádio Folha 1020 AM, no sábado, 24, que a comissão está elaborando a audiência pública para acontecer em Boa Vista, em local ainda a ser confirmado. O objetivo também é acompanhar o andamento das ações e se as medidas tomadas até o momento são suficientes para compreender a demanda.

Um dos pontos a ser analisado é a questão da saúde em Roraima, informou o deputado. A audiência em abril irá resgatar dados das principais unidades do Estado, como o Hospital Geral de Roraima (HGR), Maternidade Nossa Senhora de Nazareth e Hospital da Criança, além das unidades em Pacaraima. “Queremos visitar as nossas instalações in loco e averiguar se com as mudanças, o serviço já está retornando à realidade ou se vai ser preciso tomar outras providências”, pontuou.

Andrade disse ainda que a Comissão também recebeu os relatos do Governo Federal sobre os recursos já encaminhados para o poder público em Roraima. “A Presidência da República também nos informou que antes da liberação da quantia de R$ 190 milhões para Roraima, outros valores já tinham sido encaminhados. Então, queremos acompanhar de perto onde estão sendo aplicados esses recursos. Se estão sendo aplicados de forma correta”, destacou.

Além da realização da audiência pública, o coordenador da comissão afirmou que o grupo está atuando na aquisição de outras demandas, como a vinda de um hospital de campanha para desafogar as demais unidades de saúde, equipamentos para compor as unidades já presentes no estado e em projetos educacionais, considerando que os serviços de saúde e educação foram os mais impactados com a migração.

DEMORA – O deputado disse ainda que a população tem direito de cobrar dos governantes e poderes uma resposta mais incisiva para solucionar a questão da migração em Roraima. Andrade citou, por exemplo, a criação da própria Comissão Externa que foi solicitada em outubro de 2016 e só foi aprovada em fevereiro deste ano. Por isso, reforçou a importância da criação da comissão do poder legislativo, formada majoritariamente por parlamentares de Roraima e que acompanham as ações do Comitê Federal de Assistência Emergencial da Casa Civil.

“A população tem inteira razão, eu entendo a cobrança. O estado demora muito para atuar. É uma morosidade, uma burocracia, para ao menos instalar esses comitês. Enquanto isso, a população está sofrendo”, apontou Andrade.

Apesar de defender que existe uma demora na resposta ao problema, Andrade também salientou que todas as medidas devem ser tomadas com cautela e cuidado. Para ele, não basta simplesmente o envio de recursos, criação de abrigos e ações humanitárias. O poder público em geral também precisa elaborar as atitudes que garantam uma fiscalização mais severa na fronteira.

“A gente sabe que se melhorarem os serviços, o número de pessoas pode dobrar, ou seja, também tem que ser aplicado rigor nas fronteiras, um controle sanitário mais rigoroso. É todo um processo que precisa de um aparato distinto”, detalhou. (P.C.)