Cotidiano

Com Jundiá sem estrutura, caminhoneiros atrasam entrega de cargas e têm prejuízos

Motoristas de caminhões autônomos de Roraima reclamaram em entrevista à Folha, que problemas na infraestrutura do Posto de Fiscalização da Secretária Estadual da Fazenda (Sefaz) em Jundiá, no município de Rorainópolis, no sul do Estado, estão prejudicando o andamento do transporte de cargas que saem de Manaus (AM) para Boa Vista. Os principais problemas são buracos, lama, falta de comunicação, além da péssima condição para estadia.

As reclamações foram apontadas pelo presidente e dois dos diretores Administrativos da Cooperativa dos Caminheiros Autônomos do Norte (Coopertan). Segundo o presidente da entidade, João Batista, uma das principais dificuldades enfrentadas é a falta de uma agência ou posto autorizado pelo Banco do Brasil para receber o pagamento dos Documentos de Arrecadação de Receitas Estaduais (Dares) das mercadorias vindas de outros estados e a diferença de alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O pagamento da taxa é pago pelo cliente, proprietário da carga, no caixa eletrônico das agências bancárias em Boa Vista. Sem o pagamento, a carga fica retida e muitas vezes o motorista é obrigado a passar até três dias para que o veículo seja liberado. Batista disse que essa situação atrasa o tempo de transporte da carga, o que gera prejuízo financeiro ao caminhoneiro. “Muitas vezes, por conta de um pagamento de R$ 60, ficamos dois, três ou mais dias esperando a carga ser liberada. O posto fica sem sistema e ficamos ilhados. Isso nos prejudica muito, estamos trabalhando e perdemos dinheiro por conta de uma situação que não é culpa nossa”, protestou.

Segundo o diretor administrativo da Coopertan, João Caetano, é difícil ter que passar vários dias no Jundiá. O local está tomado por grandes buracos e lameiro, não havendo espaço para estacionar os veículos. A falta de energia acontece praticamente todos os dias e o único banheiro disponível é sujo e não tem água.

Conforme outro diretor administrativo da Coopertan, Carlos de Brito, com as fortes chuvas dos últimos dias a situação tem se agravado. Além da infraestrutura que piorou, não tem rede de telefonia. Sem comunicação, os danos para o autônomo são ainda maiores. A liberação dos caminhões demora mais, o que acarreta mais atraso na entrega da carga.

“Agora que o inverno começou, tudo ficou pior. Aumentou a lama, os buracos, a falta de energia e de telefone. Somos obrigados a passar mais tempo no Jundiá. Atrasamos as cargas e, no final, pagamos um preço alto por isso e ficamos sem cumprir nosso compromisso”, afirmou.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) informou que já foi licitada a recuperação e pavimentação asfáltica do pátio do Posto Fiscal do Jundiá, em Rorainópolis, com investimentos de R$ 1.450.297,23. Informou que o processo de licitação já foi encerrado e já tem empresa vencedora, restando agora cumprir os prazos legais para que seja publicado no Diário Oficial. A previsão é de que a obra comece ainda neste mês de junho.

Enfatizou que está sendo feito o levantamento para a revitalização total do prédio do Posto Fiscal, incluindo sistema elétrico, hidráulico, rede lógica de transmissão de dados e telefonia, iluminação externa, construção de abrigo para geradores e poço artesiano.