Polícia

Civil atribuiu aumento da criminalidade à entrada de armas pela fronteira

Nos três primeiros meses deste ano, a Polícia Militar de Roraima (PMRR) apreendeu 126 armas em ações policiais. Este número representa 71,59% da quantidade total de armas apreendidas durante todo o ano passado, quando houve a apreensão de 179 revólveres, facas e simulacros [imitações de arma de fogo]. Maior parte do armamento, segundo a Delegacia Geral da Polícia Civil, está passando pela fronteira Brasil/Venezuela.

De janeiro a março, as apreensões foram de 60 armas de fogo, 54 armas brancas e 12 simulacros. Os dados foram reunidos com base nos Registros de Ocorrência Policial (ROPs), feitos pela PM neste período.

Em todos os meses, o aumento foi se acentuando. Nos ROPs de apreensões, o ano iniciou com 23 registros de apreensão no mês de janeiro, subindo para 40 em fevereiro e com 63 em março. Ao fazer um comparativo dos últimos três anos, os recolhimentos voltaram a crescer no ano passado. Em 2015, foram 81 registros, número que caiu para 69 em 2016. Já no ano passado voltou a subir e o ano fechou com 176 apreensões.

Com relação às apreensões de armas brancas, os registros apresentados informam ainda que, foram 12 ocorrências em janeiro, 18 em fevereiro e 30 em março. Já os simulacros, que são artefatos que imitam armas de verdade, a PM contabilizou o recolhimento de três itens em janeiro, três em fevereiro e seis no mês de março.

As apreensões são realizadas tanto pela Polícia Civil, quanto pela Polícia Militar em situações de operações ou abordagens. Armas também estão entrando pelo país vizinho, a Venezuela, e a delegada-geral, Giuliana Castro, explica que o aumento da criminalidade pode estar relacionado à entrada de armas no Estado.

“É muito importante que as polícias continuem fazendo os trabalhos de investigação e apreensão de armas de fogo, retirando essas armas de circulação. A entrada desse armamento pelas fronteiras, principalmente da Venezuela, foi um dos fatores que ocasionou o aumento da violência em Roraima. Essas armas também são levadas para outros estados, abastecendo o crime e facções criminosas e, por isso, precisamos continuar investindo na apreensão dessas armas e na prisão dos responsáveis”, Giuliana Castro.

OPERAÇÃO – Em matéria desse final de semana, a Folha divulgou que uma operação será realizada para o combate à entrada desse armamento de forma ilegal no país. Em nota, a Polícia Civil de Roraima afirmou que procederá com diligências na Terra Indígena Yanomami no alto do Rio Uraricoera, Município de Alto Alegre, devido a denúncias de entrada de armas de fogo vindas da Venezuela e também para combater o garimpo ilegal.

A Polícia Civil informou ainda que está fazendo contato com o Exército Brasileiro e Polícia Federal, para atuar em parceria. “Mais detalhes ainda não podem ser divulgados, para não prejudicar o planejamento da operação”, destacou a assessoria da Polícia Civil.