Cultura

Cirurgião vascular explica os sintomas da doença

Problema é comumente associado a doenças ginecológicas e acomete principalmente as mulheres após os 30 anos

Depressão, baixa autoestima, intensas dores na região pélvica, sensação de peso antes da menstruação, cólicas fortes, intenso sangramento menstrual e incômodos durante e após as relações sexuais. Sintomas que são normalmente associados a doenças ginecológicas podem, na verdade, esconder uma disfunção ainda pouco conhecida, mas que acomete principalmente as mulheres depois dos 30 anos: as varizes pélvicas.

Considerada a principal causa da dor pélvica crônica, esse tipo de varizes causa dor no útero, ovários e vulva.

De acordo com o cirurgião vascular, Guilherme Bortolon, as varizes pélvicas são veias dilatadas, o diagnóstico inicialmente e geralmente é feito com o exame de ultrassom venoso dos membros inferiores e ultrassom transvaginal. “Vendo a necessidade de aprofundar o diagnóstico, estratificar a doença e propor o melhor tratamento, o médico normalmente solicita uma tomografia computadorizada ou a flebografia. Os sintomas mais relatados das varizes pélvicas são dor abdominal ou pélvica crônica, dispareunia (dor no ato sexual), disfunção menstrual, cólicas e incontinência urinária”, explica.

Muitas vezes, a doença é descoberta acidentalmente, durante uma ultrassonografia de rotina ou uma cirurgia abdominal. Entretanto, quando os sintomas são mais evidentes, o diagnóstico é simples, feito por ultrassom transvaginal ou por um exame chamado flebografia, que consiste na injeção de contraste para radiografar o sistema venoso.

“Além disso, os sintomas das varizes pélvicas podem ser confundidos com infecção urinária (dor ardência, cólicas). Além disso, apesar de ser incomum, os livros médicos descrevem que as varizes pélvicas podem gerar incontinência urinária”, explicou o médico.

O tratamento clínico para casos específicos e refratários é tratamento cirúrgico endovascular. “Neste procedimento é realizado uma punção venosa na virilha e por meio de cateteres, “molas” são colocadas nas veias dilatadas com a finalidade de fechá-las. Esse procedimento é chamado de embolização venosa”.

GRAVIDEZ

O tratamento pode ser feito de duas maneiras. Uma delas é igual ao realizado para as varizes das pernas, onde é utilizada a medicação flobotônica. Já nos casos mais graves, recomenda-se a embolização ou escleroterapia endovascular, que são métodos cirúrgicos que visam à remoção de todo o bloco varicoso.

As varizes pélvicas “atrapalham” a gestação no sentido de poder aumentar e/ou gerar mais sintomas durante a gravidez, por isso, recomenda-se tratar as varizes pélvicas sintomáticas antes da gestação.

“Vale dizer que quando as varizes pélvicas surgem durante a gravidez (o que não é incomum, devido ao aumento do volume de sangue que ocorre nas grávidas), estas varizes tendem a diminuir após a gestação”.