Cotidiano

Chuvas já estão acima do esperado para o mês de maio, segundo Femarh

Até o momento, foram calculados 350 milímetros de água no mês de maio; normalmente, o índice é de 225

Conforme os dados do boletim hidroclimático realizado diariamente pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), o mês de maio registrou um índice acima da normalidade de chuvas. Normalmente, a previsão é que sejam registrados 225 milímetros de água neste período e, até agora, mesmo antes do fim do mês, já foram calculados aproximadamente 350mm.

Segundo o meteorologista da Femarh, Ramon Alves, apesar do crescimento em maio, a previsão é que nos próximos meses as chuvas se mantenham próximo da normalidade. “Nesse período, as águas superficiais de boa parte do Pacífico Equatorial se mantêm em uma tendência neutra. Em junho, a tendência é de que o acumulado mensal fique próximo dos 400 mm, o que é considerado normal dentro do período chuvoso de nosso Estado”, afirmou.

Para Alves, a impressão é que Roraima está passando por um inverno mais rigoroso por conta da diminuição das chuvas nos últimos anos. “O fato é que a alguns anos estávamos acostumados com pouca chuva devido a influência do El Niño na época. Mas esse ano, nós não temos esse fenômeno, por isso as chuvas estão ocorrendo dentro da normalidade ou um pouco acima do normal”, explicou.

PREVISÃO DO TEMPO – O especialista declarou ainda que a previsão de precipitação para os próximos dias no Estado é de tempo claro a parcialmente nublado com possibilidade de chuva em áreas isoladas. A tendência é de temperaturas estáveis com variações entre 24ºC e 32ºC.

Em Normandia, comunidades também estão embaixo d’água

Além dos moradores do Uiramutã, quem reside em outros municípios roraimenses está passando por dificuldades nesse período chuvoso. Já em Normandia, região Norte de Roraima, o prefeito Gute Brasil alega que pelo menos seis comunidades ficaram isoladas com a cheia do Rio Baú.

“O rio Baú represou, tem muita água e, em consequência disso, está represando os igarapés. Acabou que o igarapé Uinamará encheu também. As pontes ficaram submersas, o que deixou algumas comunidades isoladas: do Macaco, da Jibóia, Santa Cruz, Serra Grande, Lameiro, Reforma. São aproximadamente seis comunidades. Tá alagando tudo”, relatou o prefeito.

A situação também complicou o trabalho dos agricultores, em especial, os produtores de melancia. Um vídeo compartilhado por moradores mostra produtores da região retirando parte da produção, que estava submersa. A situação também piorou após a chuva de domingo, 21, que danificou pontes, prejudicou acesso às propriedades e alagou as plantações.

Porém, o prefeito classificou que ainda não existe a necessidade de decretar situação de emergência. “Na verdade não é uma chuva de transtornos que justifiquem emergência. Existem prejuízos aos produtores, mas estávamos precisando de chuva, porque já estávamos com três anos de seca”, disse. (P.C)

Prioridades são municípios de Boa Vista e Normandia, diz Defesa Civil

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Doriedson Ribeiro, informou que o órgão tem feito o acompanhamento meteorológico para poder planejar as próximas ações. “Nós estamos monitorando todo o Estado por meio do sistema de meteorologia, que é feito através da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). Nesse período de maio, por exemplo, nós tivemos chuva acima da expectativa”, informou.

Por conta disso, o coronel explicou que a preocupação maior é com os municípios de Boa Vista e Normandia, em razão da proximidade com o Rio Branco. “Pela avaliação que nós temos, há previsão de possíveis cheias no Rio Branco, observando o que aconteceu em 2011”, afirmou. (P.C)