Política

Chanceler americano levanta possibilidade de golpe militar na Venezuela

Maduro chegou a expulsar o embaixador brasileiro do país

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sugeriu ontem, antes de partir para sua primeira viagem oficial pela América Latina, que um golpe militar pode ser uma das saídas para o fim do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

O chefe da diplomacia, contudo, disse que prefere uma mudança “pacífica” no regime de Caracas.

— Na história da Venezuela e de outros países da América Latina, com frequência são os militares que lideram isso (mudanças de regimes) quando as coisas são tão ruins e a liderança não pode mais servir às pessoas — disse ele, que depois tratou de amenizar sua declaração: — Se esse será ou não o caso aqui, eu não sei. Nossa posição é a de que Maduro tem de voltar à Constituição e segui-la.

A declaração foi feita em evento na Universidade de Texas em Austin, que marca o início de sua primeira viagem para a região. Tillerson disse que o “mais fácil” seria Maduro decidir sair, ressaltando o “respeito dos EUA” à Constituição e sua deslegitimação da atual Assembleia Constituinte convocada pelo chavismo. Apesar de afirmar que defende eleições livres, fez uma “brincadeira” com uma eventual queda de Maduro:

— Se a situação ficar ruim demais para ele, tenho certeza que ele tem bons amigos em Cuba que podem dar a ele uma boa fazenda na praia e ele pode ter uma boa vida lá — ironizou.

Para Tillerson, “por causa da ditadura, o país passou de um mais prósperos da região para um dos mais pobres do mundo”. Ainda disse que o chavismo “não representa a vontade dos venezuelanos”.

Em agosto do ano passado, o presidente Donald Trump chegou a sugerir como opção uma invasão militar na Venezuela, em um tom acima do que a diplomacia dos EUA estava adotando com Caracas. Países de toda a região reagiram contra a proposta, que foi usada por Maduro como argumento sobre “perseguição do governo ianque”.

Após isso, os EUA endureceram sanções contra membros do governo venezuelano, sendo seguidos pela União Europeia e pelo Canadá. Desde então, as relações de diversas nações com Caracas pioraram. O governo Maduro chegou a expulsar o embaixador brasileiro do país.

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