Cotidiano

Casa Civil anuncia construção de cinco novos abrigos até maio

Quatro deles serão implantados em Boa Vista e um em Pacaraima; previsão é que o primeiro seja entregue nos próximos dias

Cinco novos abrigos serão construídos até maio deste ano em Roraima, conforme informações divulgadas pela Casa Civil da Presidência da República. De acordo com o Governo Federal, serão montadas quatro novas estruturas em Boa Vista e uma em Pacaraima com capacidade de atendimento para 2.500 pessoas no total.

A intenção de construir novos abrigos, com capacidade de atendimento de 500 pessoas cada, já havia sido anunciada pelo tenente-coronel Lima Gonçalves, da Força Tarefa Logística Humanitária do Exército Brasileiro. A proposta foi apresentada pelo coordenador da Operação Acolhida, general Eduardo Pazuello, durante reunião na terça-feira, 17, sugestão que foi autorizada pela Casa Civil.

O primeiro abrigo será inaugurado em Boa Vista, em um espaço localizado na Rua Hebron, nº 299, bairro Nova Canaã. O terreno já está sendo preparado para recebimento de barracas e estruturas semipermanentes. A previsão é que, com o tempo firme, o espaço já esteja pronto e adaptado para recebimento de pessoas em dez dias.

Os outros três abrigos devem ser construídos às margens da BR-174, na saída de Boa Vista para Manaus, no Amazonas. O quinto abrigo será para os não-indígenas em Pacaraima, onde já existe um local voltado para indígenas, na sua maioria da etnia Warao. A previsão é que a montagem dos demais seja concluída até meados de maio.
Os recursos empregados pela Força Tarefa para a construção dos novos abrigos são oriundos somente da Medida Provisória 823, que abriu crédito extraordinário de R$ 190 milhões do Ministério da Defesa.

GERENCIAMENTO – A administração do espaço ainda não ficou definida, mas deverá ficar a cargo de organizações não-governamentais (ONGs) com apoio do Exército Brasileiro, explicou o tenente-coronel.

Lima Gonçalves afirmou que a Força Humanitária entra com reforços em algumas áreas, mas a gestão humanitária, ou seja, das pessoas dentro dos abrigos, fica a cargo de uma organização não-governamental ligada diretamente ou em apoio à Organização das Nações Unidas (ONU).

“Os militares entram com o apoio de uma segurança e uma guarda permanente 24 horas/sete dias por semana. O fornecimento de alimentação ou de gêneros alimentícios depende do tipo de abrigo, pois em algumas localidades os abrigados preferem fazer a sua própria comida, enquanto outros preferem receber a alimentação já pronta”, disse.

“O outro apoio que a gente oferece é uma equipe médica volante e até mesmo ministra medicamentos. Além disso, nós entramos com a montagem de estruturas semipermanentes de contêineres de diversos tipos, como banheiros, escritório, construção de lavanderia, barracas grandes e abertas”, completou o tenente-coronel.

Foco é diminuir problemas para
cidadãos brasileiros, diz Exército

O tenente-coronel Gonçalves Lima reforçou que as ações executadas pela Força Tarefa Humanitária, de tratar com humanidade e dando melhores condições aos imigrantes, além de auxiliar os estrangeiros, também visam diminuir as tensões e problemas para os cidadãos brasileiros.

O objetivo, segundo o representante do Exército Brasileiro, é diminuir os impactos tanto na esfera nacional, quanto estadual e nos Municípios de Boa Vista e Pacaraima. “O foco principal é resolver o problema do nosso país. Tudo isso está sendo feito para diminuir os problemas decorrentes do fluxo migratório intenso provocado por uma crise humanitária na República da Venezuela”, ressaltou.

92 mil venezuelanos entraram no
Brasil por Roraima desde 2017

Durante a reunião de terça-feira, 17, na Casa Civil, também foram atualizados os dados do fluxo migratório de venezuelanos. Segundo números de abril da Polícia Federal (PF), 43.022 venezuelanos procuraram o órgão desde 2015 para solicitar residência, refúgio ou agendaram atendimento.

Entre 2017 e 2018, a PF registrou, no sistema de controle migratório, a entrada de 92.656 pessoas pela fronteira de Pacaraima. Entretanto, registrou a saída de 44.632 mil estrangeiros, ou seja, isso significa que, em tese, 48.024 podem ter permanecido no território brasileiro.

A PF reforça que os dados foram individualizados e não consideram diversos movimentos migratórios de uma mesma pessoa. Dentre os que saíram do Brasil, 11.333 deixaram o país por outra fronteira terrestre enquanto 13.319 saíram do Brasil em voos internacionais.

INTERIORIZAÇÃO – Para ajudar os venezuelanos a procurar novas oportunidades no Brasil, o Governo Federal e a ONU também começaram o trabalho de interiorização. A Operação Acolhida também informou que trabalha na preparação de novas fases de interiorização e que a próxima ação nesse sentido está prevista para maio. (P.C)

 

NOTA DA REDAÇÃO

O presidente da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros, Encomendas e Caixas (Coopermototaxi), Luiz Ronald Magalhães Assen, procurou a Folha para informar que a Cooperativa de Mototáxi de Boa Vista não representa a categoria e que a Coopermototaxi é a única registrada oficialmente.