Cotidiano

Baixa procura deixa Hemocentro desabastecido

Doar sangue é um ato de solidariedade. Cada doação pode salvar a vida de até quatro pessoas. É devido a isso que o Hemocentro de Roraima convoca voluntários para diminuir o desabastecimento da unidade. O estoque do tipo A+, O+ e O- são os mais baixos.

De acordo com a técnica de referência do setor de captação do Hemocentro, a assistente social, Edna Félix, qualquer pessoa que se sinta bem de saúde pode se tornar um doador. “Ao chegar ao Hemocentro, o interessado fará um cadastro. Para isso é importante que traga um documento oficial com foto. Depois passará por alguns processos de triagem que envolvem exame de sangue para saber se tem condição para ser doador”, disse.

“Após esse procedimento, o futuro doador vai para uma entrevista com um médico ou enfermeiro, em que são feitas algumas perguntas para saber como está o histórico de vida da pessoa, como: se tomou vacina ou medicamento, se teve algum tipo de doença em alguma fase da vida, se está dentro de algum grupo de risco, se tem relações extraconjugais. São algumas questões que o profissional vai fazer para minimizar a possibilidade de o sangue ser contaminado”, acrescentou Edna.

Se aprovado, a pessoa pode doar o sangue. A doação é de 400 ml a 450 ml.  “Homens doam sangue de dois em dois meses, ou seja, até quatro vezes por ano. Já as mulheres doam de três em três meses. Depois de todo esse processo, o sangue passa por uma análise. Se estiver tudo de acordo com as condições exigidas, será liberado para as unidades de saúde do Estado”, explicou.

Ser doador de sangue tem benefícios, além de salvar vidas. “A pessoa tem direito a um dia de folga no trabalho, devido à necessidade da recuperação”, frisou Edna. Apesar disso e das campanhas de convocação, o estoque da unidade é crítico. “Infelizmente nossos esforços não têm surtido efeito e todos os tipos sanguíneos estão escassos. Acontece que a população deve estar ciente de que não existe segunda opção na hora que alguém necessita de sangue, seja por um acidente ou qualquer tipo de hemorragia, nada substitui esse elemento. É importante que haja sangue no estoque, pois mesmo que a família faça a doação existe um prazo para que o sangue seja liberado, cerca de 24 a 48 horas”, completou.

Para a assistente social, é de grande importância convocar doadores para exercer esse ato de solidariedade. “Geralmente fazemos de três a quatro campanhas por mês, tivemos um grande número de doações no mês de maio. No entanto, como o sangue tem prazo de validade, uma grande parte foi desprezada”, lamentou.

O Hemocentro recebe em torno de 800 doações por mês, o que não é suficiente para atender a demanda das unidades de saúde. “A unidade está precisando de mais doadores. As pessoas têm que entender que elas precisam vir doar. Sangue não é produto que se compra no supermercado. Então temos que esperar que as pessoas venham de forma voluntária”, frisou Edna.

Aos 18 anos, o estudante Sileno Victor já tem consciência da importância da doação de sangue. “Eu me sinto muito bem fazendo esse ato de apoio à sociedade. A gente nunca sabe o que pode acontecer. Algum desconhecido pode estar precisando hoje, no entanto, amanhã ou depois pode ser alguém que eu conheça. Decidi ser doador porque acredito que seja necessário”, disse.

Para Victor, algo mudou após ter se tornado doador. “Passei a me sentir melhor ao saber que estou ajudando de certa forma alguém que está em situação de risco. Eu recomendo que as pessoas doem sangue, que procurem o Hemocentro. Não é difícil fazer o cadastro e não dói nenhum pouco. Estou me sentindo mais útil”, finalizou.

O Hemocentro funciona de segunda a sexta-feira, de 7h30 as 12h e de 13h30 as 18h. A unidade fica localizada na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, próximo ao Hospital Geral de Roraima (HGR). (K.M)