Cotidiano

Aulas em Escola Estadual estão suspensas por falta de combustível em ônibus

85% dos alunos moram em vicinais e dependem do transporte público para ter acesso a Educação

As aulas da Escola Estadual Nova Esperança, a única localizada na vila Samauma, município de Mucajaí, estão suspensas desde segunda-feira, 26, devido à indisponibilidade de ônibus escolar com combustível que possa transportar alunos que vivem em vicinais fora da vila.

Pais de alunos e professores da Escola vieram à Folha para denunciar a dramática situação que muitos alunos vêm enfrentando devido à essa problemática.

De acordo com o presidente da Associação de Pais e Mestres de Samauma, Henderson Silva, quando as aulas começaram, no dia 19 deste mês, apenas 15% dos alunos puderam comparecer a Escola, pois os outros 85% moram em vicinais fora da vila, e dependem do transporte público.

Representantes da empresa que vinha realizando o transporte de alunos até o fim do ano letivo passado, afirmam que estão sem receber verba do governo há 5 meses, o que dificulta não apenas o pagamento de funcionários, mas também a manutenção e abastecimento de gasolina dos veículos.

Vale ressaltar que ainda na primeira semana do ano letivo deste ano, a frota de ônibus da companhia ainda conseguiu funcionar parcialmente por três dias, mas muitos tiveram que deixar os alunos no meio de vicinais por falta de combustível.

Em meio a essa situação, pais e mestres se reuniram nesta segunda, 26, para conversar com representantes da Secretaria Estadual de Educação, mas, segundo as pessoas que vieram procurar a Folha, eles foram indiferentes a tal problemática e decretaram que as aulas deveriam continuar mesmo sem o transporte, dando falta para qualquer aluno e professor que se ausentar.

Após isso, os pais e mestres transformaram a reunião numa manifestação e resolveram que a escola não iria estar funcionando enquanto nenhum meio de transporte público estivesse funcionando.

“Na última semana, eu estava dando aula para 5 alunos numa sala que deveria ter 25. Não tinha mais como dar continuidade ao conteúdo com essa situação”, relatou uma das professoras da escola.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto afirmou que foi realizada uma reunião entre os secretários da pasta e 34 empresários do Transporte Escolar, uma semana antes do início do ano letivo.

De acordo com a Secretaria, foram ouvidas as demandas e, também, exposta a restrição orçamentária que a mesma tem enfrentado, tendo informado que providências estão sendo tomadas em busca da regularização dos pagamentos.

A nota termina afirmando que não foi cogitada uma paralisação durante reunião com os representantes de empresas de transporte, tendo em vista que são prestadores de serviços ao governo há muitos anos.