Cotidiano

Associações que atendem dependentes químicos cobram repasse de recursos

Vereadores aprovaram, em 2017, emenda que destinava o recurso de R$ 500 mil às associações

Representantes de associações que atendem dependentes químicos esperam, desde o início do ano, um repasse de R$ 500 mil por parte da Prefeitura de Boa Vista. O recurso foi destinado por vereadores de Boa Vista por meio de emenda parlamentar que consta na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Na emenda modificativa nº 029 ao projeto de lei nº 028/2017, de autoria do vereador Júlio Medeiros (PTN) e aprovada por 15 votos favoráveis, destinava-se meio milhão de reais do orçamento da Secretaria Municipal de Gestão Social (Semges) às associações. O texto determinava ainda que as associações ou Organizações Não Governamentais (ONGs) atuassem exclusivamente em Boa Vista, deveriam estar devidamente cadastradas e que a prestação de contas seria realizada através da legislação vigente.

Porém, os representantes das associações revelam que o recurso ainda não foi repassado e que encontram dificuldade em entrar em contato com o poder público municipal. “Alguns responsáveis da Fazenda Esperança e da Auto Refúgio e, de outras casas de recuperação, já foram várias vezes na Prefeitura e Câmara Municipal, mas não são atendidos”, afirmou o líder do Movimento de Apoio aos Dependentes Químicos de Roraima, Kinho Correa.

Segundo Kinho, os representantes já tentaram até marcar audiência com a prefeita Teresa Surita (MDB) e com demais responsáveis, porém, sem sucesso. “A gente liga, ninguém atende. Vai lá e dizem para vir depois, na semana que vem, que hoje não pode”, contou. “A gente quer saber onde está essa verba e o que vai ser feito. A emenda está específica para dar suporte às associações e ONGs sem fins lucrativos, mas não somos atendidos sequer para obter uma orientação”, completou Correa.

APLICAÇÃO – Conforme o líder do movimento, os recursos seriam distribuídos entre as casas de recuperação e usados para aquisição de alimentos, roupas, colchões e materiais permanentes, além de gasolina e transportes. Kinho acrescenta ainda que a Secretaria Municipal de Gestão Social também deve determinar como os recursos devem ser usados.

O representante afirmou ainda que, não há planejamento de qualquer tipo de manifestação por falta do repasse e que, no momento, as associações só querem um direcionamento do poder público municipal. “A gente só quer saber por que não recebemos. Foi feito o trabalho todo, a gente lutou durante anos, muito tempo foi empregado para que as casas possam ter esses recursos”, citou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista e com a Câmara Municipal de Boa Vista, no entanto, não obteve retorno até o fechamento da matéria. (P.C)