Cotidiano

Área plantada de soja em Roraima deve crescer 33%

Estimativa da Conab é que produção do grão no cerrado de Roraima chegue a 40 mil hectares, oito mil hectares a mais em relação à última safra

O baixo custo das terras, o clima favorável com alta luminosidade e chuvas no período certo, além da safra em período oposto a grandes centros, como Sul e Sudeste, têm motivado o crescimento da área plantada de soja em Roraima. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção deste ano chegue a 40 mil hectares, oito mil a mais que em relação à última safra.

Conforme a Conab, a área semeada de soja deverá crescer 33% na safra 2017/2018. O percentual também é superior ao do ano passado, cujo aumento de 28% colocou Roraima na posição de Estado com o maior crescimento proporcional em todo o Brasil. Os dados são do 6º Levantamento da Safra de Grãos elaborado pela Companhia.

A expectativa de produtividade para a atual safra girará em torno de 3 mil quilos por hectare. Neste cenário, conforme o levantamento, a produção também terá incremento de 36,8%, chegando a 123,1 mil toneladas. Nos últimos cinco anos, o crescimento de área plantada de soja no Estado chegou a 142%.

A integração entre lavoura e pecuária é a forma que muitos empresários rurais encontraram para aumentar a produção de grãos no Estado, como é o caso do agricultor Eduardo Paludo. A propriedade da família, que fica no Município de Mucajaí, região Centro-Oeste de Roraima, aumentará de 200 para 1.000 hectares a área plantada de soja na atual safra. “Tem uns quatro anos que estamos experimentando crescimento grande nas áreas de cerrado, que possuem valor atrativo. Os produtores têm esperado boas médias de produtividade”, disse.

A fazenda de Eduardo Paludo tem 7 mil hectares, destes 1,5 mil são produtivos. No local são gerados 20 empregos diretos e cerca de 100 indiretos. “Os atrativos que Roraima oferece ao produtor têm incentivado muitas famílias a virem para cá. Muita gente vem tentada não apenas pela terra, mas pelo fato de o Estado ter boa qualidade de vida”, destacou.

Paludo ressaltou que as técnicas de plantio têm sido desenvolvidas com as parcerias para o controle de pragas e a garantia na qualidade dos grãos. O suporte é dado por técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Temos evoluído bastante, porque vemos a Embrapa muito engajada e os produtores animados em aprender o sistema de produção muito por conta da diferença de plantio com os outros Estados”, contou.

A diferença citada pelo empresário é o fato de que Roraima produz na entressafra brasileira, devido parte do território estar localizada no Hemisfério Norte. O grão é plantado entre os meses de abril e maio e a colheita inicia ainda na segunda quinzena de agosto, ou seja, enquanto os produtores do restante do Brasil estão plantando, o Estado está colhendo a soja. Por ter oferta disponível numa época em que o Brasil praticamente já exportou todo seu excedente, Roraima tem um mercado diferenciado.

PRODUÇÃO – A estimativa da Embrapa é que até o ano de 2020 sejam cultivados em torno de 100 mil hectares de soja integrados à bovinocultura de corte, com uma repercussão financeira de R$ 500 milhões ao Estado. Estima-se que todas as atividades do ciclo do agronegócio roraimense vão arrecadar quase R$ 1 bilhão nos próximos anos.

EXPORTAÇÃO – A exportação de soja foi um dos fatores determinantes para a Balança Comercial de Roraima encerrar 2017 com superávit. Só em novembro, devido ao período da colheita do grão ter ocorrido em grande escala, o volume de exportação do Estado chegou a mais de US$ 22,4 milhões de dólares, com a soja comandando mais de 95% do valor total exportado. (L.G.C)