Polícia

Após sofrer ameaça, casal não consegue registrar B.O em delegacia

Um casal brasileiro que mora em Santa Elena de Uairén, lado venezuelano da fronteira, procurou a Folha na manhã de ontem, dia 7, para relatar que está sendo ameaçado de morte. Os suspeitos são a filha e o genro do casal. No entanto, a principal reclamação é a de que foram impedidos de fazer o registro do Boletim de Ocorrência (B.O) na Delegacia de Polícia Civil de Pacaraima, município fronteiriço, na região norte do Estado.

“Há duas semanas, nós conseguimos registrar um B.O depois que a filha da minha esposa e o genro, que são usuários de droga, ameaçaram matar a gente porque cobramos uma dívida. Eles usaram o cartão de crédito e não querem pagar. O genro da minha esposa chegou a me intimidar tentando encostar o carro dele no meu enquanto eu aguardava numa borracharia. Meu carro estava cheio de criança. Procurei a Delegacia e fiz o Boletim de Ocorrência”, contou o denunciante.

Devido à cobrança da dívida, a relação entre as vítimas e os suspeitos tornou-se insustentável e na noite desta segunda-feira, dia 6, o casal disse ter sofrido uma tentativa de homicídio. “Eu vinha descendo de Pacaraima para Boa Vista quando de repente o carro deles passou por mim e quando me dei conta eles fizeram o retorno e vieram atrás da gente. Foi uma verdadeira perseguição. Ele jogava o carro para cima do nosso para ver se a gente caía no abismo. Eu só consegui me livrar porque entrei numa casa dos índios que não deixaram eles invadirem, mas os próprios índios são testemunhas de que ele tirou uma pistola da cintura e ficou perguntando por mim. A filha da minha esposa pegou uma faca, ficou em cima da mãe dela que está toda ferida. O outro filho da minha esposa foi que tirou a irmã dele de cima da mãe”, contou.

Os suspeitos foram embora do local, e as vítimas tomaram a decisão de retornar os cerca de 10 quilômetros, que tinham percorrido desde que deixaram a sede de Pacaraima, com o objetivo de fazer um novo registro na Delegacia, mas quando chegaram ao local, a dupla apontada como suspeita já estava na Unidade Policial.

“O agente que estava lá é amigo da filha da minha esposa e do genro dela também. Ele não quis atender a gente, só eles. No fim das contas fomos impedidos de registrar o B.O. Isso é errado porque todo mundo tem o direito de procurar a Delegacia e reclamar”, reforçou uma das vítimas.

OUTRO LADO – A Polícia Civil de Roraima (PCRR) informou que a Delegacia de Polícia de Pacaraima funciona 24 horas por dia para atender a todas as demandas da sociedade, sem discriminação. Nesse sentido, o casal pode registrar a reclamação na Corregedoria de Polícia Civil, que funciona na Avenida Ville Roy, 5604, Centro, no terceiro piso do prédio da Secretaria de Segurança Pública, das 7h30 às 18h30, que serão adotadas as devidas providências. (J.B)