Cotidiano

Animais soltos causam transtorno a turistas e moradores no Tepequém

Visitantes que estiveram na Vila do Tepequém, localizada no município de Amajari, a cerca de 210 quilômetros de Boa Vista, zona norte do Estado, neste último final de semana denunciaram à Folha o transtorno que passaram por conta de animais de grande porte, como cavalos e bois, que andam livremente pela vila. Moradores do local também informaram que a situação já foi abordada outras vezes e que acidentes já ocorreram em razão dos animais.

Segundo um dos denunciantes, que não quis se identificar, os animais ocupam a pista de tráfego constantemente e, por diversas vezes, entram em residências e mexem nas lixeiras. Para os visitantes, o risco de acidentes é claro. “Eles passam perto dos carros e há perigo de atravessar na frente. Dois donos de pousadas explicaram que a situação não é nova e que alguns dos animais pertencem a um vereador da região”, disse.

Conforme relato do denunciante, o administrador da vila foi procurado por alguns dos visitantes, mas não chegou a ser encontrado. “A única informação que deram é que nada podia ser feito, já que os animais têm donos”, ressaltou. Um dos moradores, que também não quis se identificar, relatou que já houve outras reclamações, que os proprietários dizem que vão tomar as providências, mas que nada acontece. Ele enfatizou que acidentes já ocorreram em razão dos animais, principalmente cavalos.

Apesar do problema, o morador afirmou que não acredita que haverá solução rápida, mas que espera que a situação seja resolvida de uma forma que não prejudique nenhum dos lados. “Sabemos que este tipo de criação é uma cultura antiga do Tepequém, mas a segurança também é importante. Tanto para quem mora ou visita, como para os próprios animais”, finalizou.

Para um morador da Vila do Tepequém, que teve receio de se identificar, a região tem outras prioridades consideradas relevantes. Ele explicou que a criação dos animais já dura mais de 30 anos e que a situação atual é um problema pontual que já está sendo resolvido. Segundo ele, os motociclistas e demais condutores que trafegam em alta velocidade, a falta de policiamento e de uma ambulância fixa na vila são mais importantes.

“Há cerca de 10 anos só havia gado aqui. Claro que o turismo vem e faz tudo crescer, mas hoje, quando um turista chega e vê o cavalo pequenino ao lado da égua, ele para pra tirar foto aproveitando a imagem junto à paisagem. Os turistas reclamam muito pouco”, explicou. Pelo fluxo que se torna cada vez mais intenso, o morador ressaltou que há mais de 20 anos não há policiamento e ambulância fixos no local. “Acredito que há problemas mais relevantes”, pontuou.

OUTRO LADO – A Folha tentou entrar em contato com o administrador da Vila do Tepequém e com a prefeita do município de Amajari, mas até o fechamento desta matéria, às 18h, não obteve retorno.

Sobre o policiamento na Vila, a Polícia Militar informou em nota que disponibiliza diuturnamente uma viatura com quatro policiais no destacamento do município de Amajari, para o policiamento ostensivo e atendimento de ocorrências quando acionados na vila do Tepequém e outras localidades. “Informa ainda, que o Governo do Estado está estudando a possibilidade de instalação de um destacamento na Vila do Tepequém”, disse. (A.G.G)

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