Política

Ângela Portela se diz tranquila com denúncia no Conselho de Ética

Parlamentar diz ter assinaturas de 21 senadores pedindo reconsideração do caso

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado deve definir na próxima terça-feira, 8, o relator da denúncia contra as seis senadoras que ocuparam a Mesa do plenário durante a sessão em que foi votada a reforma trabalhista (PLC 38/2017), em julho.

A denúncia contra as senadoras Ângela Portela (PDT-RR), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) é de autoria do senador José Medeiros (PSD-MT) com apoio de mais 14 senadores. Segundo Ângela Portela, ao documento também foi juntado um pedido de reconsideração do caso, assinado por 21 senadores.

Caso o Conselho de Ética decida que a denúncia é procedente, as senadoras podem ser punidas com penas que variam de advertência e censura (verbal ou escrita), perda temporária do exercício do mandato e, em último caso, a perda do mandato, que teria que ser decida pelo plenário da Casa.

As senadoras ocuparam a Mesa do Senado em protesto para tentar impedir a votação da reforma trabalhista. O protesto não foi bem recebido pelo presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), que suspendeu a sessão e deixou o Plenário sem luz, sem som e sem transmissão.

A denúncia se baseia em “atos supostamente incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar”, atribuídos às seis parlamentares oposicionistas durante a sessão de votação da reforma trabalhista no Senado. Elas estão sendo acusadas de “impedir a continuidade regular” da sessão.

Após afirmar estar “com a consciência tranquila”, Ângela Portela se queixou da conduta recente do Conselho de Ética do Senado. “Qual o foi crime que nós cometemos? Ter ocupado esta Mesa Diretora por dez horas na tentativa de negociar pelo menos a aprovação de uma emenda, a emenda das mulheres? Aliás, foi esse Conselho de Ética que arquivou uma denúncia contra um senador flagrado com dinheiro vivo de propina. Eu não tenho medo. Querem nos punir? Que nos punam, mas serão punidos pela opinião pública, porque eu estou com a consciência tranquila. Nós não cometemos crime nenhum”, contestou a senadora.

VITÓRIA DE TEMER – A senadora Ângela Portela opinou sobre o resultado da votação da Câmara dos Deputados, que negou autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar o presidente da República, Michel Temer, por denúncia de corrupção passiva. “Foi um insulto ao povo brasileiro, que tem todo o direito de estar indignado. A vitória de Temer é a vitória da corrupção, uma vitória de um governo que, além de ilegítimo, corrompe parlamentares para permanecer no poder, a qualquer custo”, afirmou.

Ângela criticou ainda a votação que, até a última hora, foi permeada de denúncia de compra de votos, dizendo: “Temer trocou verbas, cargos e favores, para não ser punido por cobrar propina, um crime comprovado por gravações que todo o país ouviu. Isso é um absurdo”, sentenciou a parlamentar.