Política

Anchieta diz que empréstimos em sua gestão financiaram obras

O ex-governador afirmou que Suely Campos deveria ter concluído as obras que iniciou na CERR para sanear a empresa

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, dia 14, o ex-governador e pré-candidato ao mesmo cargo nas eleições deste ano, José de Anchieta (PSDB), rebateu as críticas de Suely Campos (PP) quanto aos empréstimos que contraiu durante o seu mandato. 

Segundo ele, o dinheiro foi usado para financiar obras de infraestrutura como recuperação de rodovias e o saneamento da Companhia Energética de Roraima (Cerr), que deveria ter sido concluído no início da atual gestão, antes da perda da concessão para geração e fornecimento.

Sobre a intenção de concorrer ao cargo de governador, reafirmou a pré-candidatura pelo PSDB. Ressaltou que respeita os demais concorrentes, apesar de ouvir críticas contra a gestão dele por futuros adversários.

“Lamento que uma pessoa que está no poder há quase quatro anos continue colocando a responsabilidade de seus erros na gestão anterior. A governadora deposita em mim a culpa pelo atual endividamento do Estado, porém as coisas não são bem assim”, argumentou.

Ao contrário do que declara a governadora Suely Campos (PP), ele afirma que não entregou o Estado endividado. “Não tenho esse sentimento. Só consegui o empréstimo devido à saúde financeira do Estado, que era boa.

Busquei recursos para desenvolvimento, pois Roraima não tinha, e ainda não tem, receita para investimento, se somar o Fundo de Participação dos Estados (FPE) com o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) há dinheiro somente para o custeio da máquina. As obras que fiz foi com intuito de melhorar o Estado para que ele produzisse e pagasse o empréstimo”, disse.

Quanto à dívida da Cerr, explicou que para federalizar a Companhia, era necessário deixá-la estruturada e sem débitos: o empréstimo foi para isso. “Iniciei as obras na minha gestão, deixei tudo encaminhado e ela deveria ter continuado, mas não fez. Se tivesse seguido o cronograma, teria concluído os trabalhos antes da perda da concessão”, detalhou.

O ex-governador ressaltou que a medida era mais que necessária, pois a Cerr gerava despesas e não tinha receita para manter-se. “A cada ano a ‘bola de neve’ ia aumentado. A arrecadação não chegava nem perto do custo de manutenção. Em alguns anos o Estado não teria como manter a empresa. O empréstimo apesar de alto iria acabar, agora as despesas com uma empresa em falência, não”, explicou.

Anchieta diz que Teresa é ingrata

Ainda durante a entrevista o ex-governador rebateu declarações da prefeita Teresa Surita (PMDB) em redes sociais, onde afirmou que ele e Suely Campos “acabaram” com o Estado. Para ele, a atitude da executiva municipal é ingrata, uma vez que a ajudou na campanha para prefeitura em 2012, além de ter uma filha dela em pasta do primeiro escalão em sua gestão.

“As críticas servem para crescimento e aprendizado. Quanto à crítica de Teresa, acredito que servem como declaração das intenções dela para esta eleição. Fico sem entender. Eu a ajudei nas eleições em 2010 quando foi eleita deputada federal. De forma indireta participou de nossa gestão, pois a filha dela foi secretária de Meio Ambiente. Ela critica um governo do qual fez parte”, lamentou.

Ele lembrou que em 2012 a candidatura de Teresa à prefeitura só foi possível por esforço dele. “Lutei para que ela fosse candidata, pois o Jucá queria que o filho dele fosse candidato. Não vejo nada de errado ele querer lançar o filho, mas via que naquele momento não tinha condições de o Rodrigo ser candidato. Os 16 deputados disseram que haviam combinado que o candidato era o Rodrigo, mas graças a minha intervenção ela foi escolhida para a disputa. Sinceramente, não entendo as críticas vindas da parte dela”, indagou.

Anchieta afirma que ainda ajudou Teresa após a eleição, em 2013. “Tinha conseguido recursos junto ao BNDES para asfaltar Boa Vista, que estava em situação caótica. Iria começar os trabalhos ainda em 2012, mas por pedido dela iniciei em janeiro de 2013, já no mandato dela. Ela acabou pegando o crédito, apesar dos recursos e execução terem vindo do Estado. Com essas críticas, ela demonstra ingratidão por quem a apoiou”, pontuou.

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