Política

Ajuste fiscal proposto por Temer penaliza trabalhadores, diz senadora

O presidente Michel Temer (PMDB) encaminhou recentemente medidas provisórias com mudanças sobre o ajuste fiscal para o Congresso Nacional, com o objetivo de injetar R$ 13,2 bilhões aos cofres públicos. Entre as mudanças propostas estão alterações no percentual da contribuição previdenciária e o adiamento do reajuste para servidores públicos para 2019.

Em entrevista ao programa Agenda Parlamentar na Rádio Folha 1020 AM, no sábado, 4, a senadora Ângela Portela (PDT) afirmou que as medidas são prejudiciais para os trabalhadores brasileiros. “As propostas encaminhadas pelo poder Executivo foram chamadas de ‘pacote de maldades’. São medidas provisórias que vão penalizar os servidores públicos assalariados. Dessas medidas que visam fazer o ajuste fiscal, ajuste das contas públicas, eles preveem a suspensão do reajuste dos servidores públicos que está previsto em lei e contado como certo para acontecer no próximo ano. Foi suspenso de 2018 para 2019, o que eu considero um absurdo e um desrespeito com a lei”, afirmou Ângela.

Sobre as mudanças da contribuição previdenciária de 11% para 14%, a senadora acredita que as alterações devem diminuir o salário dos servidores em 3%. “Ou seja, quando se deveria fazer o reajuste salarial, pelo contrário, vem uma medida que vai diminuir o salário dos servidores”, frisou.

Para a parlamentar, as medidas são resultado das ações realizadas para barrar o andamento da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, por obstrução de justiça e organização criminosa, votada na Câmara dos Deputados há quase duas semanas.

“Ele teve que fazer compra de votos, negociação de cargos, liberação de emendas parlamentares e esse custo quem vai pagar somos nós, servidores públicos assalariados desse país. Lamentavelmente, uma semana depois que repassou R$ 22 bilhões com a compra de votos com os parlamentares, o governo agora quer economizar, fazer o ajuste fiscal em cima daqueles que trabalham com honestidade para sustentar a sua família”, frisou.

INTERVENÇÃO – Para tentar impedir o andamento das medidas, a senadora informou que já apresentou três emendas visando retirar os itens que são prejudiciais para os trabalhadores da medida provisória.

“Queremos eliminar a suspensão do reajuste salarial dos servidores e retirar também o aumento da contribuição previdenciária. A terceira emenda visa, na impossibilidade de contemplar todas as 54 categorias, retirar pelo menos os professores da alíquota previdenciária. Que mantivesse 11% ao invés de 14%. Eu considero injusto e por isso apresentei essas emendas. Vamos batalhar para tentar aprovar, mas não será fácil porque a base aliada do Michel Temer é grande e está fortalecida”, complementou. (P.C.)

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