Política

Agronegócio é o grande potencial do Estado, afirma Suely Campos

Governadora de Roraima faz um balanço dos pontos mais fortes do Estado e o que ainda precisa melhorar

A população roraimense comemora nesta quinta-feira, 5 de outubro, 29 anos desde que o Estado passou de Território Federal para unidade federativa do Brasil. Em entrevista especial à Folha, a governadora Suely Campos (PP) avaliou os pontos mais fortes e os que ainda precisam ser aprimorados nos próximos anos em Roraima.

“Sou otimista em relação ao meu Estado. Apesar de tudo, temos avançado em todas as políticas públicas. Temos uma taxa de desemprego considerada a menor do país, aumentamos nosso PIB e consideramos que o agronegócio seja o grande potencial para desenvolver nosso Estado”, disse.

A governadora afirmou que o setor agrícola ganhou um foco maior durante a sua gestão, em especial o setor produtivo. “Nós fizemos uma grande articulação com o resto do país, com muitos empresários da produção de alimentos. Para se ter uma ideia, cerca de 70% a 80% das nossas vagas nos hotéis são ocupadas com turistas do ramo empresarial. Ou seja, o Estado está sendo vitrine para o resto do país e podemos dizer que a soja é a grande estrela desse movimento”, afirmou.

Conforme Suely, a produção da soja cresceu significativamente nos últimos anos, com 25 mil hectares plantados em 2016, 36 mil hectares este ano e a previsão de plantação para a próxima safra de 50 mil hectares. Além da soja, a governadora disse ainda que outros produtos, como o milho, o arroz e o algodão também tiveram um aumento na produção.

“Temos o plantio de arroz irrigado e o algodão despontou como um produto propício para as nossas terras, com uma qualidade muito grande que se assemelha ao algodão do Egito. Então, estamos viabilizando o setor produtivo, aumentando a nossa capacidade de produção, que vai trazer a agroindústria e com isso gerar mais emprego e renda”, frisou.

PEQUENO AGRICULTOR – Suely Campos também frisou que o governo tem trabalhado não só para atrair investidores, mas para fomentar os pequenos produtores rurais. Disse que, com isso em mente, a gestão investiu na manutenção de vicinais, rodovias, construção de pontes, no fim do status da febre aftosa e a realização da Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), que auxilia no fomento do setor e a implantação da Casa do Produtor Rural nos municípios, entre outras atividades.

“Nós implantamos mais de 30 unidades da Casa do Produtor Rural espalhadas pelas sedes e vilas dos municípios, aprovamos R$ 15 milhões de linhas de crédito para o pequeno produtor rural na nossa Agência de Desenvolvimento [DesenvolveRR], que estava no limiar de ser fechada. Temos a linha do Balcão de Ferramentas para incentivar o microempresário. Isso é incentivar o empreendedorismo que é uma forma de gestão das pessoas se promoverem e não ficarem dependentes de um emprego público”, destacou.

Paralelamente ao fortalecimento do setor da agricultura, ela apontou outras áreas que também avançaram nos últimos anos. “Conseguimos finalmente atuar na regularização fundiária das terras e nós começamos a expedir os títulos nas áreas que não são de fronteira. As terras sem o título geravam uma insegurança jurídica, porque ninguém queria vir e investir no nosso Estado”, afirmou.

DEPENDÊNCIA – Mesmo com o investimento no setor produtivo, o Estado ainda é grande dependente do repasse do Governo Federal. Sobre a situação, a governadora afirmou que aconteceram mudanças econômicas neste período. “Fazendo uma análise bastante simples, Roraima depende menos dos recursos federais do que quando foi transformado em Estado. Na verdade, em 1988, o setor público representava 67% do PIB total. Em 2015, os serviços públicos somavam 46% do total”, ressaltou.

“Os estudos mais recentes acerca do PIB e da retomada da economia brasileira mostram que há uma tendência de aumento da participação do setor agropecuário na formação do PIB de Roraima e isso está diretamente ligado aos investimentos que o Governo tem feito para dar as condições estruturantes para que o setor produtivo possa se desenvolver”, pontuou Suely.

Uma das dificuldades levantadas por Suely ainda existentes em Roraima é a questão da distribuição de energia elétrica. “Nós ainda temos dificuldades com relação à energia, que ainda está nesse impasse do Linhão de Tucuruí e ainda não conseguimos deslanchar essa obra, mas paralelo a isso, nós estamos desenvolvendo estudos sobre a energia eólica”, disse.