Polícia

Adolescente é decapitada e suspeitos continuam soltos

Vítima estava desaparecida desde o dia 1º de maio; Ela era mãe de uma menina de três anos

Os crimes com requintes de crueldade continuam sendo frequentes em Roraima. Na manhã de ontem, dia 8, o corpo de uma adolescente, identificada como Juciene Kaitano, de 17 anos, foi encontrado dentro de uma cova rasa, sem cabeça e sem uma das mamas. O local onde o cadáver foi ocultado fica às margens da RR-205, a cerca de 23 quilômetros de distância da sede da Capital, sentido Alto Alegre. A cabeça estava ao lado do corpo, com marca de tiro e completamente decomposta.

Pelas características, um dos policiais afirmou que o corpo já estava enterrado há pelo menos três dias. Militares da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito Urbano e Rural (Ciptur) da Polícia Militar auxiliaram os agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) e peritos criminais a desenterrar o corpo.

A mãe da adolescente foi contactada para comparecer à sede do Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo. Tatuagens grandes, de flores, nas pernas da vítima e outra no pulso direito, com um nome, foram fatores determinantes para que a mãe da jovem a reconhecesse.

A reportagem da Folha conversou com a mãe de Juciene e ela contou que na terça-feira, dia 1o, por volta das 20h, a adolescente saiu de sua residência, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste da Capital e, na ocasião, disse que iria comprar comida. “Ela saiu, mas não voltou. Deu 22h, depois deu 23h e nada. Os irmãos viram o WhatsApp dela online e eu fui dormir. Quando amanheceu eu esperei ela em casa e nada de chegar. Quando deu umas 10h, ela me ligou e eu perguntei se ela não iria voltar pra casa, mas disse que estava na casa de uma amiga, tal de ‘Adriana’, mas estava mentindo. Aí desligou dizendo ‘tchau, mãe’”, relatou.

A mãe da adolescente disse ainda que recebeu outra ligação às 10h49. Do outro lado da linha estava a vítima, aos prantos. Ela se despediu, dizendo que amava a família e pediu que a mãe cuidasse da filha, de três anos. “Ela chorava e eu perguntei onde ela estava, mas disse que não poderia revelar. Falou com os irmãos dela e depois disso tomaram o celular e desligaram, tiraram o chip e eu não sei mais de nada”, contou a mãe da jovem.

A família esclareceu que não tem um suspeito para apontar. A mulher destacou que às vezes a filha escondia “algumas coisas”, mas não deu detalhes. Além disso, a mãe de Juciene contou que nos últimos meses ela estava sendo perseguida por um homem de moto e tinha muito medo de sair à noite. “Pessoas estranhas não iam à minha casa. Eu não sei afirmar se ela estava envolvida com o que é errado”, concluiu a mãe.

A vítima era filha caçula e faria 18 anos no mês de novembro. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, a fim de que os suspeitos do crime sejam identificados. Até o fim da tarde de ontem, ninguém tinha sido preso.

Como o corpo estava sem cabeça, peritos papiloscopistas foram fundamentais para que a identificação oficial fosse concluída após um trabalho minucioso de coleta das impressões digitais. Ainda durante a tarde, o cadáver foi liberado para a família fazer o sepultamento. (J.B)