Cotidiano

Acadêmicos denunciam atraso de dois meses no pagamento de auxílios

Cerca de 90 alunos são atendidos pelos auxílios refeição e moradia e aguardam pagamento

Os estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR) denunciaram os atrasos no pagamento dos auxílios refeição, moradia e de extensão. Segundo os universitários, o pagamento dos meses de março e abril era para ser creditado no dia 10 de cada mês, o que não ocorreu.

Uma acadêmica do curso de Medicina, que optou por não ser identificado, relatou que, apesar do atraso não ser frequente na concessão dos auxílios, os alunos estão tendo que negociar com os proprietários dos condomínios onde residem ou então conseguindo com familiares os valores para se manterem.

“Estou no segundo semestre e, desde que sou beneficiada com a concessão destes auxílios, ainda não tinha encontrado dificuldade para pagar o aluguel e me alimentar. No entanto, este atraso de dois meses que completou agora está trazendo problemas para todos os alunos que recebem esse benefício, pois precisamos sanar o pagamento. Estamos tendo que recorrer aos nossos familiares para suprir essas despesas. A maioria dos acadêmicos mora no bairro Jardim Floresta e Mecejana e cerca de 90% está com o aluguel pendente de pagamento”, disse.

Já a acadêmica Isis Sarmento, que também cursa Medicina, afirmou que os alunos já buscaram se informar sobre os motivos do atraso, mas até o momento o Departamento Financeiro não repassou os motivos do atraso. Com isso, a solução foi tentar negociar o atraso do aluguel solicitando um prazo maior. Em relação à alimentação, um grupo de estudantes já até organizou uma rifa para comprarem alimentos até que o valor do auxílio-alimentação seja repassado.

“Recebemos o valor de R$ 350,00 destinado ao auxílio-moradia e R$ 250,00 referente ao auxilio-refeição. Com esse valor, conseguimos suprir nossas despesas e o excedente sempre é creditado pelos nossos familiares. Mas tem famílias que já passam dificuldade e não têm como depositar esse valor. Por isso, decidimos ajudar os demais acadêmicos oriundos de Manaus, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e de outros países que nos relataram esta dificuldade. Esperamos que a UFRR nos informe pelo menos uma data certa para o pagamento destes auxílios e assim informamos os donos dos condomínios sobre uma data correta para o pagamento”, comentou.

OUTRO LADO – Em nota, a Coordenadoria de Comunicação da Universidade Federal de Roraima informou que aproximadamente 90 alunos são atendidos pelos auxílios refeição e moradia. De acordo com a Coordenação de Apoio à Permanência (CAPER/UFRR), os auxílios foram encaminhados para pagamento referentes aos meses de março e abril, no entanto, a UFRR aguarda o repasse do Ministério da Educação. Como amplamente divulgado aos alunos, todos estes auxílios estão sendo renovados, incluindo a prorrogação do termo de compromisso para que não haja prejuízos como a perda dos prazos dos novos editais. (R.G)

 

Fórum promove debate entre
órgãos e produtores rurais

Com o intuito de aproximar produtores rurais do Estado dos órgãos competentes e esclarecer possíveis dúvidas, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Roraima (OAB-RR), por meio da Comissão Especial de Direito Agrário, realizou o 1º Fórum de Regularização Fundiária de Roraima na tarde de ontem, 20. O evento ocorreu no auditório do Palácio da Cultura Nenê Macaggi.

O Fórum contou com a participação de representantes dos órgãos responsáveis pelos processos de regularização no Estado, como Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Comissão de Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE), Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e a Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima).

Durante a programação, as instituições apresentaram o que está sendo feito pela regularização fundiária e, em um segundo momento, responderam os questionamentos do público participante. Para o presidente da OAB-RR, Rodolpho Morais, é um momento de discutir as leis que estão no regulamento da questão fundiária do Estado e, simultaneamente, propor mudanças.

A ideia do evento veio com a demanda da própria advocacia junto ao Iteraima e acabou atingindo os demais órgãos competentes. “Queremos debater, apresentar esclarecimentos e trocar ideias para enfim avançarmos nessa questão, seja com mudanças legislativas ou regimentais. Enfim, pretendemos identificar os empecilhos e buscar tudo que for possível para dar ao cidadão a melhor compreensão dos seus direitos nessa área”, informou.

O presidente do Iteraima, Alysson Macedo, avaliou que o fórum criou um ambiente adequado para discutir o assunto, tendo em vista que desde a criação do Estado, Roraima padece da consolidação de transferência de todas as suas terras para um procedimento mais efetivo de regularização fundiária. Para ele, os principais problemas enfrentados junto aos produtores estão relacionados à carência de regularização e assentamentos rurais.

Com uma demanda de quase cinco mil títulos em todo o Estado, o representante da Secretaria Extraordinária para Regularização Fundiária na Amazônia Legal (Serfal), Maurício Antônio Pereira, espera que a população crie as demandas no mais curto prazo de tempo após o fórum. “Nosso principal problema é a falta de demanda. Os produtores e proprietários não têm nos procurado para que possamos atingir as metas”, explicou.

Em contrapartida, o representante do Sindicato dos Produtores Rurais do Município de Caracaraí, localizado na região Centro-Sul, Douglas Lopes, informou que a dificuldade da maioria dos produtores é saber o tempo que os órgãos têm para realizar a regulamentação. “Muitos produtores dão entrada nos documentos, mas não são definidos prazos, então eles acabam ficando sem títulos e sem poder trabalhar”, contou.

Para encerrar a programação, foram realizadas duas palestras. A primeira, intitulada “Um olhar à Lei de Terras de Roraima”, foi feita pelo procurador Edival Braga e tratou da diferença entre regularização fundiária e direito agrário. A última, “O exercício da posse e o direito de propriedade”, foi apresentada pelo juiz do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), Aluízio Ferreira Vieira. (A.G.G)