Cotidiano

8 casos de sarampo estão em investigação

Oito crianças, sendo sete venezuelanas e uma brasileira, estão com suspeita de sarampo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Do total de casos em investigação, cinco são meninos e três meninas, com faixa etária de sete meses a dez anos, todos residentes em Boa Vista e sem histórico de vacinação. 

Um destes casos suspeitos teve diagnóstico positivo para o sarampo no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RR) notificado no último dia 14 de fevereiro. A amostra está sendo processada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório de referência nacional, e somente se ratificado diagnóstico positivo, o caso será considerado confirmado. As amostras dos outros casos foram encaminhadas para o Lacen e, posteriormente, à Fiocruz, se necessário.

PRINCIPAIS AÇÕES – Segundo a Sesau, desde a ocorrência de um diagnóstico positivo no Lacen-RR, foram realizadas ações contínuas de bloqueio e intensificação, nos abrigos de Pintolândia e Tancredo Neves, pelas vigilâncias epidemiológicas municipal e estadual.

Está sendo realizada também uma busca ativa retrospectiva nas fichas de pacientes atendidos no período de 1º de janeiro a 15 de fevereiro no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) para verificação de eventuais casos suspeitos. Até o momento, foram revisadas 9.262 fichas de atendimento e prontuários e selecionados 12 casos atendidos na unidade no período, com sintomas da doença. Está sendo realizado diagnóstico diferencial, para sarampo, em amostras negativas para zika, dengue e chikungunya, dos últimos 30 dias e com sintomas compatíveis com o sarampo.

A Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista solicitará da rede de laboratórios particulares do município uma lista nominal de pacientes com solicitação de amostras de exames para sarampo e rubéola neste ano, para ampliar as buscas a possíveis casos suspeitos.

DOENÇA – O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e mais comum na infância. Os sintomas iniciais são: febre, tosse, irritação ocular e manchas avermelhadas. A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença.

A única forma de prevenção é a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina tríplice viral, que evita o sarampo, a caxumba e a rubéola. A primeira dose deve ser tomada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, é necessária uma dose da vacina tetraviral, que corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral mais uma dose da vacina contra a varicela. Caso haja atraso na vacinação, pessoas de até 49 anos de idade podem se vacinar. A orientação é que a população fique atenta ao cartão de vacinação e procure o posto de saúde mais próximo, caso alguém não esteja vacinado.

No período de 13 a 18 de fevereiro, foram aplicadas 1.955 doses de vacina nas ações de bloqueio e intensificação vacinal, pelas equipes de vigilância epidemiológica estadual e municipal. As ações foram realizadas nos abrigos instalados nos ginásios dos bairros Tancredo Neves e Pintolândia, além de praças como Capitão Clóvis e Simón Bolívar, onde há grande concentração de imigrantes venezuelanos.

Atendendo a um pedido emergencial do Governo do Estado, o Ministério da Saúde encaminhou mais 28 mil doses da vacina contra o sarampo para as ações realizadas no Estado.

No Brasil, os últimos casos de sarampo ocorreram entre os anos de 2013 a 2015, sendo confirmados 1.310 casos em todo país. Nesse período, o estado de Roraima confirmou um caso de sarampo, importado do estado de Ceará. Em setembro de 2016, a circulação do vírus do sarampo na Região das Américas havia sido declarada eliminada.