Polícia

3 são presos por assassinato de idoso

Crime aconteceu em outubro do ano passado; vítima seria testemunha de um conflito de terras

Na tarde de ontem, dia 20, a Delegacia-Geral da Polícia Civil de Roraima convocou a imprensa para dar os resultados de uma ação que resultou na elucidação e desfecho da investigação do homicídio qualificado contra o idoso Douglas Vasconcelos da Silva, 61 anos, e uma tentativa de homicídio contra um adolescente que acompanhava a vítima. O crime ocorreu na região Serra da Lua, município do Cantá, região centro-oeste do Estado, no dia 20 de outubro do ano passado.

“Os investigados estão sendo formalmente acusados pela Polícia Civil e indiciados pelo homicídio consumado e pelo homicídio tentado, em relação ao adolescente. Hoje a gente desencadeou a partir das 4h30 uma operação que envolvia várias delegacias, por conta da quantidade de locais a serem vistoriados, realizadas buscas e apreensão e das prisões que tinham que ser executadas”, explicou a delegada-geral Edinéia Chagas.

Participaram da ação policial o Grupo de Resposta Tática da Polícia Civil (GRT), Departamento de Operações Especiais (Dopes), Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), este último sendo responsável pelas investigações do crime.

Foi feito o pedido de prisão temporária dos três indivíduos a partir dos indícios de envolvimento nos crimes, sendo identificados como possíveis autores e executores. A arma usada nos crimes, uma pistola calibre 9mm, vestimentas, veículo e munições também foram apreendidos.

O Judiciário decretou a prisão temporária dos sujeitos e determinou busca e apreensão em propriedades no município de Normandia e Bonfim, a leste do Estado, e na Capital. As representações de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram feitas pelo delegado Alexandre Matos.

Cinco delegados participaram da operação para coordenar as equipes compostas pelo total de 37 agentes de polícia. A coordenação-geral da operação ficou por conta do delegado Alexsander Lopes. “Dividimos os agentes em cinco equipes. Três para cumprir buscas e apreensões no interior e duas equipes cumpriram aqui na Capital. Nós logramos êxito em cumprir os mandados na Capital e tivemos oportunidade de encontrar mais provas no interior para poder subsidiar a investigação”, destacou Lopes.

A delegada Verlania Assis, do DHPP, responsável pelas investigações, ressaltou que os elementos negam o crime, embora as provas sejam robustas contra eles. “É sempre prematuro a gente apontar uma motivação para o crime, uma vez que nós não conhecemos as razões diante da negativa dos três que foram presos, mas envolve um conflito de terras, no qual a vítima era testemunha do caso”, explicou a autoridade policial.

Além de todas as investigações, a Polícia também descobriu que venezuelanos estão sendo recrutados ao trabalho nas propriedades dos acusados e estão submetidos à rotina de atividades comparada ao regime de escravidão, tendo em vista que alguns deles trabalham no local há dois anos e recebeu pagamento apenas de seis meses, enquanto outro presta serviço à família há um ano e recebeu apenas quatro meses de salário. Todas as informações foram coletadas pela Polícia Civil.

Os acusados foram encaminhados à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona rural de Boa Vista, e as investigações sobre o caso continuam dentro do prazo da prisão temporária, que é de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período de tempo. “Novas prisões poderão ocorrer”, concluiu a Polícia.

O CRIME – Na tarde do dia 20 de outubro do ano passado, Douglas Vasconcelos abasteceu seu veículo em Boa Vista e seguiu em direção à sua propriedade na Serra da Lua, quando abordado por dois elementos em uma moto e alvejado com disparos, bem como o adolescente que acompanhava o idoso. Os indivíduos foram reconhecidos pela Polícia depois que as imagens das câmeras de seguranças do posto em que o idoso abasteceu mostraram que as características físicas dos acusados e da moto usada por eles eram as mesmas. A vítima não teve chance de reação. Depois de se recuperar dos tiros, o adolescente também contou em depoimento quem foram os autores do homicídio. (J.B)